Pergunta:

Su. Eu estou com muita vontade de xingar a minha mãe. Sei que isso é errado. Eu sei que tem coisas que ela tem razão de brigar comigo, mas tem hora que ela é desproporcional e briga por por pouca coisa. Ai ela disse que é porque são coisas que vão acumulando por minha causa. Por exemplo hoje eu tive uma parcela de responsabilidade pela uma briga, mas depois conversamos com calma e resolvemos. Depois que ela chegou para fazer o almoço: a pia estava desorganizada e eu tinha acabado de fazer chá. Tudo bem que eu já devia ter limpado logo. Mas eu já tinha lavado uns pratos, copos que estavam espalhados e fui fazer meu chá e quando estava coando: Meu irmão foi fazer chá para ele também e usou outra caneca e atrapalhou eu limpar a peneira, a caneca e isso quando minha mãe acaba de chegar. Ela começa dizendo que a pia está toda suja e que não adianta nada conversar comigo e que ela tem vontade de dar a louca e sair quebrando, jogando as coisas. Meu irmão não faz nada. Sei que ele é doente e que faz algumas coisas de vez em quando como me levar para algum lugar quando preciso resolver algumas coisas. Mas isso é o mínimo que ele tem que fazer. E ele não lava um prato, colher que ele usa. De vez em muito quando, ele faz alguma coisa. A desculpa dele, é que ele está fraco e tal, que as mãos doem. Doem de tanto ficar no computador, no teclado e para isso ele não tem fraqueza. Quando ele quer, ele sai de bicicleta ou moto e para isso ele ele tem força. Quando ele morava sozinho, ele fazia as coisas, do jeito dele, mas fazia e ele está acomodado porque nós fazemos por ele. Teve umas duas, três vezes, que ele surtou e quebrou as coisas. Teve uma vez que precisou ficar internado por uma semana, na clinica psiquiátrica. Eu compreendo que tem coisas que eu devo aceitar. Até que ponto aceitar atitudes deles. Porque se for justificar todas pessoas com transtornos mentais. Então adolescentes com depressão leve, mas com capacidade de fazer pelo menos algumas coisas. Eles podem usar como justificativa para não ajudar em casa, brigar com os pais e usarem os transtornos como amuletos e em alguns casos, alguns embora tenha doenças mentais graves e podem ter surtos e matar pessoas; a doença tem controle, com uso de medicação, terapia. A partir do momento que ele acha não precisa mais do tratamento, não toma mais os remédios. Já não é responsabilidade dele, já que assumiu o risco de ter surtos psicóticos? Mas não concordo, que embora ela tenha motivos para brigar comigo por algo que eu fiz, ela esteja totalmente certa, pois ela acaba juntando outras coisas, dias, meses anteriores e fica jogando na cara, descontando as coisas em mim. Eu penso que eu so fosse surtar, não teria chances, porque ela é mais forte e que eu e me seguraria ou bateria. Ou talvez não, dependendo, mas eu procuro me controlar. Pois sei que se quebrar vai fazer falta e não vou ter dinheiro para comprar de novo. Mas tem hora que eu tenho vontade de surtar, para extravasar a raiva. Muitas vezes vou conversar algo com minha mãe e não falo 5 palavras, 1 minuto e ela já me interrompe, diz que sabe o que eu vou falar, que estou tentando justificar o que não tem explicação. Embora muitas vezes, seja verdade, eu quero justificar algumas atitudes. Muitas vezes também vou falar uma coisa e ela entende errado e manda eu calar a boca. Por exemplo, uma vez falei que eu queria aprender ser mais eloquente e ela já começou falar que ia pagar mico se outros ouvissem eu falar isso: Pois eloquente ao ver dele, é alguém que está enlouquecendo, ou algo que enlouquece. Uma vez disse, que eu quero sair da mediocridade e ela já disse que eu estava me rotulando como sem caráter. Sendo que eu conheço as palavras: Aprendi vendo vídeos, lendo na internet e já tive uma palestra em um cursinho que o palestrante disse o verdadeiro significado. Em ambos casos, ela nem deixa eu explicar e manda calar a boca. Diz que estou falando demais, fala que estou atrapalhando ela a fazer as coisas dela. Mas quando ela vai conversar comigo em qualquer tempo que seja, eu tenho que ser obrigada a ouvir e se ficar entediada por ela falar demais, ou ela estar enrolando, fazendo rodeios; ela se irrita, diz que não sei ouvir. E ela sempre diz que filho deve honrar os pais, mesmo estando errados. Que a bíblia não diz que é para respeitar, obedecer os pais, quando eles estão certos. Eu tenho vontade de dizer: Porque você não faz o mesmo com a vó então? Vira e mexe você está falando mal dela, até xingando. Vivem brigando, uma apontando erros na outra e quer dar lição de moral em mim? Na hora da raiva, ela fala coisas que se arrepende depois, mas que magoa na hora. Eu tenho não alimentar mágoas. Até porque tem dias que são calmos, que ficamos de boa. Mas tem dias que a vontade é sumir. Eu tenho vontade de dizer que se eu sou perturbada é porque nasci dela. Apontar os erros delas. Dizer que herdei a genética dela e do pai. Pois eu e meu irmãos somos filhos do segundo casamento do meu pai. Ele se divorciou da primeira esposa. Eu posso falar isso com Deus? Que tenho vontade de dizer tudo isso? Especificar os palavrões e tudo que tem na minha mente? Sinto que estou a ponto de surtar. Eu tenho uma terapeuta escolar online, mas não sei se posso dizer tudo isso, até porque ela é psicóloga educacional e não sei se o sigilo vale nesse caso e também não tem lugar reservado para falar aqui em casa, pois outros podem ouvir. Ah, prefiro que responda essa pergunta primeiro, pois é mais urgente. Me ajuda, su. Graça e paz. L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Li todo o seu desabafo e sinto muito por essas situações de conflito que você vive com sua mãe. Eu sei que é desgastante.

Queria rever com você uma das várias conversas que tivemos sobre essa questão:

Su tá dificil aqui em casa. Minha mãe reclama, dizendo que toda hora estou estudando, que não ajudo em nada. Mesmo que eu busque mudar, ajudar mais,arrumando, limpando a casa um pouco todos os dias, ou pelo menos separar um dia da semana para dar uma geral, passar pano, ajudar ela lavar área (que é um pouco grande), lavar o banheiro, ou tirar pó dos móveis. Só porque as aulas são virtuais, nao quer dizer que é mais fácil estudar, até porque tem conteúdos complexos e prazos para atividades virtuais. E quanto eu separar 15 minutos do meu tempo para ajudar a minha vó na internet, não adiantaria muita coisa. Pois toda hora ela ta vendo um vídeo e quer que eu compartilhe para alguém e ela só fica vendo notícias de tragédia o tempo todo, e não adianta dizer educamente que ela precisa ocupar o tempo com coisas saudáveis, ela não entende. A verdade dela é absoluta. Na hora da raiva da vontade de dizer para minha mãe que vou arrumar minhas malas e ir embora, morar em qualquer lugar. Tenho vontade de dizer que até no inferno, deve ser melhor do que ficar na presença delas. Eu sei que é bem pesado e o inferno é horrível, mas tenho esses pensamentos em horas de angústia e ansiedade. E su, se minha mãe tentar me agredir, o que devo fazer ? Me sinto cupada, se eu tentar conter ela, mesmo que não a machuque (não que ela me espanque), mas na hora da raiva, ela quer dar tapas em mim, cascudo). Não tenho condições de morar sozinha. Tenho apartamento em Jaru, mas eu dividia com uma colega, e agora ela está na mesma cidade que eu. E ela diz que filho que quer peitar pai e mãe, tem que caçar indepedência e sair de casa, bancar as próprias despesas. Estou aflita, o que eu faço? Já tive pensamentos suicidas (breves, rápidos, mas procuro não alimentar) Mas não quero morrer, quero viver e viver bem. Ore por Mim, por favor. Kisses. L.

E veja também a sugestão que lhe dei aqui para expressar seus sentimentos por escrito:

Oi Su. Então estou meio que sobrecarregada mentalmente. Tem muitas brigas na minha família e meus parentes também são tudo falsos, falam mal uns dos outros pelas costas. Então eu estava tentando ser uma pessoa melhor todos os dias. E tive que ficar sozinha por uns dias no apartamento que minha mãe tem na data da minha vó, que ela fica as vezes, para cuidar do meu irmão, que mora ao lado. Mas ai ela precisou ir para outra cidade, para ele ser internado em uma ala psiquiátrica. E ficou tranquilo por uns dias. Mas ontem ela chegou e já veio com grosseria, descostando as coisas em mim. Sei que ela tem muitas preocupações, e para complicar minha tia ficou doente e foi para fora da cidade, para fazer tratamento. Ai as vezes, penso em ficar uns dias na casa da minha amiga, para esfriar a cabeça. E como a mãe dela e ela e as irmãs trabalham, estudam o dia todo. Eu pensei em ficar, e dai eu limpava a casa para elas, já que elas nem tem tempo para cuidar da casa, só nos finais de semana, e quando estão de férias, feriado, folga. Ai eu ajudava, varrendo a casa, passando pano, tirando pó dos móveis, lavando banheiro, arrumando as camas. Porque estou com muitos pensamentos ruins, e eu já até fiz uma triagem para psicólogo, em uma clinica da faculdade, que são trinta reais mensais, o que é bem barato. Hoje, conversei na hora do almoco, com minha mãe (eu pensei, que tinha que falar logo, pois se fosse para ela brigar, ela iria, não importando a hora, se ela estivesse calma). Então eu disse que as vezes tenho vontade de sumir, passar uns dias em hotel, só para esfriar a cabeça, não por culpa dela, mas por vários fatores, que vão acumulando: As brigas na família, os problemas da minha mãe com a minha vó materna, as fofocas dos parentes, meus próprios conflitos interiores, e tudo isso e mais uma porção de coisas. Ela até entendeu, e disse que estava triste, por eu me sentir assim, e que ela ficaria triste, se eu fosse “embora”, e ela falou que era mais por culpa dela. Então vejo um padrão de mudanças de humor em mim, não tão graves, mas as vezes respondo minha mãe com grosseria, mesmo ela não fazendo nada demais, apenas o fato de eu me sentir mal por dentro. E também minha mãe tem mudanças bruscas de humor, e minha vó mais ainda. E acho que pode ser transtorno bipolar. Sempre suspeitei. E o médico do hospital, onde meu irmão está, acha que ele pode não ter esquizofrênia, e sim transtorno bipolar, porque ele está reagindo bem ao tratamento, durante esses dias, e que esquizofrênia geralmente, é bem mais grave, e não respode tão bem aos medicamentos. E como sei que Bipolar tem um fundo genético, acho que isso está acometendo nossa família. Eu diria que eu tenho transtorno bipolar mais leve, do tipo ciclomia. Mas eu prefiro ter realmente TDAH, do que transtorno bipolar, que é bem pior. Mas mesmo se eu tiver, eu fazer o tratamento. E também tenho TOC. Su eu penso coisas horríveis, mesmo quando não tem nada acontecendo, mas eu tento não alimentar. Mas quando estou tensa, eu tenho pensamentos mais do tipo, bem mórbidos. As vezes eu penso, que seria bom se toda nossa família morresse, para acabar com essa “maldição”, de doenças mentais, brigas, contendas. Tipo, su. Desculpa falar, mas já tive pensamentos: Envenenar a comida de toda família, inclusive eu, para morrermos e não causarmos mais problemas. Mas na hora da raiva, e eu inspiro por uns três segundos, e depois, libero a respiração aos poucos (técnica que uma ex psicóloga me ensinou) E também, mesmo pensando besteira peço ajuda para o Espírito Santo lutar por mim, minha família. O problema é que me sinto mal, por esses pensamentos, pensamentos de xingar Deus, mas eu reprimo. E isso começou aos 12 anos de idade (os pensamentos a respeito de falar mal de Deus, pensar em fazer coisas feias) Mas não gosto de falar isso com as líderes da igreja, pois embora elas recomendam que é necessario sim buscar ajuda psicológica, elas tambem atribuí muitas coisas a maldições hereditárias. E dai eu fico com receio de dizer e isso, elas falarem que é tudo Diabo querendo me afastar de Deus. Embora eu sei que todos males do mundo, são decorrentes do pecado. Não sei o que fazer na hora da raiva. As vezes tenho vontade de surtar, quebrar coisas, mas eu reprimo, pois só iria causar mais problemas, e todo mundo iriam confirmar que sou pertubada, já que minha família tem históricos de brigas, doenças mentais. Su me ajuda. Beijos. L.

Você pode e deve levar para Deus todos os seus pensamentos e sentimentos, por mais “feios” que lhe pareçam. Afinal, Deus já sabe que tudo isso está em sua mente e seu coração, mas ele quer que você expresse isso para ele como parte do relacionamento entre vocês dois. Veja a sugestão do link acima.

E, como lhe falei em outras ocasiões, assim que as coisas se normalizarem, a meu ver é hora de você começar a tomar providências práticas para ter uma vida independente, seu próprio lugar para morar (mesmo que seja com uma ou mais amigas), etc. Muitos deles problemas de convívio poderiam ser resolvidos por distanciamento físico. Peça orientação de Deus para isso.

Até a próxima!

Kisses,

Su

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