Hello, A.! Puxa, amiga, que situação difícil! Sinto muito por você estar passando por isso. Em minha opinião, tem algumas coisas sobre as quais você pode refletir e que talvez sejam de ajuda:
1 – Você já tentou conversar com sua avó sobre essas questões? Procure abordá-la com muita calma e respeito e perguntar que aspectos da sua estadia na casa dela estão incomodando e o que você pode fazer para melhorar essa situação. Não adianta sua vó se queixar para sua mãe e você se queixar para outros (claro que desabafar ajuda e é super válido, mas não resolve, de fato, a situação). Peça a Deus que lhe dê palavras e atitude certa para ouvir sua avó e, quem sabe, expressar um pouco daquilo que você me falou, tentando expressar algumas questões que lhe parecem injustas ou que poderiam melhorar. A tentativa de diálogo é sempre o primeiro passo.
2 – Eu entendi o que você falou sobre a reciprocidade nos pequenos serviços da casa. Mas, a meu ver, faria bem para o relacionamento você ir um pouco além e, por exemplo, lavar uma louça que você não sujou. Essa é uma forma de você mostrar boa vontade e, quem sabe, obter um pouco de boa vontade de sua avó também.
Além disso, como sua avó materna é cristã e você passa a maior parte do tempo na casa dela, quem sabe seria legal você separar alguns momentos todos os dias (ou uma vez a cada alguns dias) para orar junto com ela. Faça uma experiência. Orar juntos nos aproxima das pessoas e pode ajudar a resolver alguns conflitos.
3 – Concordo com você que ficar sozinha com seu namorado na casa dele não é uma boa opção. Será que existem programas que vocês possam fazer, sem gastar (muito), que lhes permitam passar tempo juntos, conversar e curtir a presença um do outro em outros lugares? Um parque? Se você entende namoro como o tempo de conhecer bem alguém e aprofundar a amizade, isso é algo que pode ser feito em vários ambientes. Aliás, ambientes públicos são ótimos para quem está tentando se controlar, kkk.
4 – A verdade é que algumas situações não têm solução ideal, e temos de abrir mão de alguma coisa. Eu sei que, do ponto de vista prático, parece conveniente você morar com sua avó materna durante a semana (em razão das questões de curso, trabalho, etc.). Mas, se você não encontrar outros caminhos, talvez esse arranjo precise ser repensado. Às vezes, namorar à distância por um tempo pode ser melhor do que acumular todo esse estresse que você está passando e que parece estar afetando os desafios que você já enfrenta com sua saúde mental e que, cedo ou tarde. Cedo ou tarde, pode acontecer de você explodir com seu namorado, ou com uma de suas avós, e as coisas ficarem ainda mais complicadas. Se fosse absolutamente necessário abrir mão de alguma coisa em relação a trabalho, estudo e moradia, o que você poderia mudar?
5 – Se você nota que tudo isso tem aumentado seu nível de ansiedade e desencadeado a vontade de se cortar, procure ajuda – e logo! Eu tive fases de automutilação também e, quando a vontade começa a voltar, é sinal de que a gente não está conseguindo lidar sozinha com as coisas. Tendo em conta seu quadro de transtorno de ansiedade e depressão é essencial você fazer acompanhamento psiquiátrico e, de preferência, psicológico. Situações difíceis de vida podem bagunçar ainda mais com nossa saúde mental, o que forma um círculo vicioso, pois daí fica ainda mais complicado lidar com as circunstâncias difíceis. Cuide-se bem, amiga!
E deixei o mais importante para o final. Não desista de colocar tudo isso diante de Deus – todos os seus pensamentos, sentimentos, dúvidas, desejos. Ele estava vendo suas circunstâncias, ele conhece suas limitações e ele tem bons planos para toda a sua vida. Peça direção e saiba que Deus responderá no tempo e do jeito dele – seja através de uma mudança em sua situação, ou de uma mudança interior, que ajudará a você a lidar com tudo isso. Confie nisso!
E, sempre que precisar desabafar, estamos aqui! 🙂
Kisses,
Su