Pergunta:

Querida Su, muito obrigada pelas respostas anteriores, estão sendo de grande ajuda. Recentemente fez um dia frio de céu azul profundo e me lembrei de você! Gostaria de alguns conselhos e ajuda com alguns pensamentos incompletos. 1. Qual a diferença de falar de Jesus, forçar a barra para conseguir incluí-lo na conversa e ser interesseira (tipo, iniciar uma conversa só para falar dele)? Vejo as pessoas dizendo para querermos conhecer a pessoa ao conversar, outras já falam para iniciarmos conversas e tentar incluí-lo, ver como ele se encaixa no assunto, mas no segundo caso, me sinto interesseira, querendo falar do Senhor a quase qualquer custo. Às vezes pego um assunto comum e comento com um colega ou amigo não cristão e falo de Deus. Mesmo que o tema seja legal, não parece muito natural, mas se eu não falo, sinto que perdi uma oportunidade. 2. Certa vez, vi um ateu dizendo que tudo o que os cristãos precisavam de Deus para conseguir, ele conseguiu sozinho (acho que estava falando de aspectos como paz interior). Eu não duvido desse cara, mas fico pensando: até que ponto é o agir de Deus e até que ponto é um pensamento ou ação que chegaríamos de todo jeito, independente de crer no Pai ou não? Por exemplo: muitas vezes precisei de sabedoria divina para adaptar meu cronograma de estudos e tempos depois uma ideia nova veio a minha mente. Sempre atribuí isso a Deus, mas também já aprendi que, se paramos de pensar num problema e vamos fazer outro coisa, podemos voltar com uma ideia nova (e isso não depende de ter falado com Deus ou não). Acredito que tudo aconteça conforme a vontade e permissão de Deus, até mesmo as ideias que esse ateu acha ter tido por conta própria. Mas…sei lá. Seria a manifestação da graça comum? Por hoje é isso, em breve volto com mais algumas perguntas. Abraços! <3 D.

Resposta da Sú:

Hello, D.! Obrigada por se lembrar de mim no dia de céu azul 🙂

São duas questões bem interessantes que você levantou em sua mensagem. Não sei se tenho como completar seus pensamentos incompletos, mas podemos pensar juntas e ver se você avança nessa reflexão:

1. A meu ver, Jesus nos mostra por seu exemplo que devemos nos relacionar com as pessoas simplesmente porque são pessoas. Claro que podemos falar dele para aqueles que cruzam nosso caminho aleatoriamente (na padaria, no Uber, etc.). Mas, não creio que essa deva ser a razão para formarmos relacionamentos. Afinal, se começarmos uma amizade apenas “para fins evangelísticos”, o que faremos com a pessoa se ela não quiser ouvir ou aceitar o evangelho? Jogaremos fora? Já ouvi de amigos não cristãos que eles foram claramente rejeitados por cristãos que não conseguiram “evangelizá-los”. Jesus interagia com pessoas de todo tipo. Ele curava pessoas que não estavam nem aí para  a mensagem dele. Uma vez que nossa vida e nosso amor por outros é o melhor testemunho que podemos dar, creio que devemos formar e manter amizades simplesmente para conhecer as pessoas, entender como é o universo delas, conviver com elas. Se a luz de Cristo brilha em nosso coração, essa luz irradia de nós, e acabamos falando da fé com naturalidade, pois ela faz parte de nosso dia a dia. É válido orar para que Deus crie oportunidades e nos ajude a aproveitá-las. Mas só porque não falamos abertamente de Deus o tempo todo, não significa que estamos “perdendo oportunidades”. Ouvir, servir, acolher, estar presente, tudo isso é forte testemunho. Se/quando você falar de suas convicções, elas terão muito mais peso se vierem nesse contexto de amor vivido.

2. A graça comum de Deus é um dos aspectos mais maravilhosos de seu ser. Sou apaixonada por ela 🙂 Essa graça dá uma medida de entendimento, bom senso, compaixão, solidariedade, senso de comunidade, serenidade, etc., mesmo para aqueles que rejeitam o Doador dessas dádivas tão lindas. São presentes que ele dá porque ama suas criaturas. Sem eles, este mundo se tornaria insuportável, ou melhor, inviável.

Se Deus dá tudo isso tão generosamente para aqueles que não creem nele, que diferença faz sermos cristãos? Não andamos com Deus só para receber coisas dele, como paz interior, capacidade de tomar boas decisões e outras bênçãos diversas. Andamos com Deus porque ele, o Criador e Sustentador de todas as coisas, nos chamou para um relacionamento pessoal. Às vezes a gente esquece quão absurdamente incrível é o fato de que temos intimidade com Deus! Esse é o maior presente. Essa é a maior graça de todas. Deus é muito bondoso em dar a todos os seres humanos (todos criados à sua imagem) porções de sua graça. Mas, como diz em Salmos 25.14: “O Senhor confia os seus segredos aos que o temem”. Ou seja, o Senhor tem verdadeira intimidade com aqueles que reconhecem que ele é Deus.

Viu o que os dois itens acima têm em comum? Relacionamento de amor – de Deus para conosco, e nosso para com outros. Em última análise, é isso que deve definir nossa vida. Nossa grande aventura como cristãos é descobrir o que isso significa para cada dilema que enfrentamos.
Que Deus continue a abençoar você imensamente em sua jornada de descoberta!

Até a próxima!

Kisses,

Su

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