Profissão “Médica” – Parte 1

Meninas, entrevistamos a Doutora Gabriela Fuster, a quem carinhosamente chamamos Gabi. Ela é mulher de fé, como nós, e tem feito diferença na vida de seus pacientes ao tratá-los com dignidade e amor.

 

Gabi sonhava em ser médica desde pequena. Hoje, é Ginecologista e Obstetra e faz mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Uma das paixões de Gabi é falar a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Seu objetivo é promover acessibilidade para mulheres surdas dentro da saúde da mulher.

 

A seguir, você acompanha a primeira parte de nosso bate-papo:  

 

Gabi, é legal ser médica?

Sou suspeita para dizê-lo meninas, mas, sim, é legal ser médica. Amo o que faço! 😊

 

Em que especialidade você trabalha?

Sou médica Ginecologista e Obstetra, ou seja, meu trabalho é voltado para a saúde da mulher. Atualmente, estou fazendo mestrado na área, então estou dividida entre os estudos e o trabalho remunerado.

 

Como é o dia a dia? 

Meu cotidiano é bastante dinâmico. No mestrado, além das atividades dedicadas à pesquisa e escrita de minha tese, tenho atividades de atendimento em ambulatório didático para a atenção primária à saúde da mulher —— onde tenho oportunidade de compartilhar meu conhecimento com médicos residentes e internos de medicina do 5º ano de graduação. Aprendo muito com eles também. Médico nunca para de estudar e se aprimorar, é importante manter-se atualizado

 

Quanto ao trabalho remunerado, entram os plantões de 12-24 horas em pronto-socorro ginecológico e obstétrico, local em que as mulheres dão à luz; e a atividade ambulatorial, que são consultas agendadas, geralmente de rotina ginecológica e pré-natal de baixo risco.

 

E você sempre quis ser médica?

Sim, desde os 7 anos de idade eu dizia que seria médica. Firmei essa decisão aos 14 anos. Meus pais sempre me apoiaram e me incentivaram a sonhar, estudar, ter uma profissão, a que eu quisesse.

 

Certa vez, quando nosso cachorro da raça Basset Hound teve um problema chamado otohematoma (coágulos de sangue retidos no tecido da orelha) e precisou ir ao veterinário, meu pai “testou” minha decisão. Foi assim:

 

O veterinário sinalizou que seria necessário fazer uma drenagem. Meu pai não perdeu tempo e lhe perguntou se eu poderia ficar com ele e ver o procedimento. Eu fiquei e auxiliei o veterinário, passando as compressas e o material. Não passei mal ao ver tudo, foi muito natural para mim, ao contrário do que meu pai esperava. Após o procedimento, ele disse para minha mãe: “É, ela viu tudo, nem eu consegui…”.  

 

Quais habilidades são fundamentais para exercer a medicina?  

Na verdade, ter habilidades não é o fundamental, pois podemos aprendê-las e adquiri-las na faculdade. O fundamental é saber o quanto você está disposta a se doar pelo próximo. Essa resposta será exigida durante toda a sua vida na profissão.

 

E quais são os principais desafios?  

Em minha opinião são três: 1º a autonomia do paciente; 2º as minhas limitações; e 3º as limitações dos serviços de saúde. Eu explico:

 

É difícil quando você sabe como um tratamento deve ser conduzido para um determinado diagnóstico, mas seu paciente se recusa a fazê-lo ou a ser examinado. Temos de respeitar a decisão dele, mesmo sabendo que essa atitude não é a melhor.

 

As nossas próprias limitações, sejam elas técnicas ou não, também são difíceis de lidar. Já passei momentos em que me senti impotente, mas isso faz parte do desenvolvimento não só na carreira, mas na vida pessoal também. Não é porque sou médica que sei tudo. Nós não sabemos tudo, por isso é importante estar atualizado e em contato com colegas da área que possam ajudar. Medicina é também um trabalho em equipe.

 

As limitações dos serviços de saúde são desafiadoras. Trabalhei em lugares em que não há recursos simples, como uma ultrassonografia, aí fica complicado fornecer ao paciente um tratamento pleno. Além do mais, o próprio paciente acaba tendo dificuldade de ter acesso a certos tratamentos.

 

Você curtiu o tempo de faculdade?

Com certeza! A faculdade é um tempo importante em nossa vida, um momento de crescimento profissional e, principalmente, pessoal. Na faculdade de medicina, conhecemos muitas pessoas com histórias incríveis, além de todo o conteúdo médico que precisamos aprender.

 

Uma coisa muito importante para levar para a faculdade, em primeiro lugar, é Deus com você, e ter firmada sua identidade em Cristo Jesus, porque infelizmente muitas pessoas se perdem nessa fase.

 

O tempo de estudos numa faculdade de medicina não é fácil, mas é precioso, é um período em que Deus vai prepará-la para cuidar de pessoas.

 

Enfrentei muitas situações durante a fase de faculdade, tive de aprender a dizer não e me manter firme no propósito que Deus me deu, com Ele sempre trazendo à minha lembrança de onde vim e quem sou eu Nele. A diferença de ir para a faculdade com Deus é nítida: Ele fica com você 24h por dia. Nos momentos mais difíceis, Ele estará lá e a ajudará de maneiras inimagináveis.

 

E o que era… digamos… chatinho?

Ah, chatinho, as provas, com certeza! Quem gosta de provas, né?

 

Gente, médico presta muitas provas mesmo depois de formado, porque temos as provas de título, provas para conseguir entrar na residência médica (especialização), enfim, as benditas provas!

 

Na faculdade fazíamos muitas provas, tanto escritas como práticas, em que os avaliadores até chamavam alguns colegas veteranos de turma para simular um paciente, era assustador! Hahaha.

 

Podem imaginar isso, meninas? Para quem não sabe, veteranos são como irmãos mais velhos na faculdade: amam pregar peças nos mais novos. Mas, graças a Deus, quem estudava e se dedicava ia bem. Deus sempre honra quem se dedica.

 

Está gostando de conhecer a profissão “Médica”?

Clique aqui e acesse a segunda parte de nossa entrevista com a Doutora Gabriela Fuster!