Hello, A.! Que coisa boa reencontrar você aqui! Deus é muito bom de ter usado nossas conversas para ajudar você em um momento difícil.
Quanto à questão que você apresenta agora, você já leu nossos posts sobre masturbação? Veja os links no final da resposta.
Primeiro: Prazer em si não é pecado. Deus nos criou para sentir vários tipos de prazer. O prazer sexual é um deles. Agora, as coisas ficam complicadas quando a gente busca qualquer tipo de prazer de um jeito ou em um momento que não foi o planejado por Deus.
Segundo: Tudo o que começa a ocupar espaço demais em nossos pensamentos, sentimentos e ações pode trazer dificuldades. Embora a descoberta do corpo e do prazer sejam coisas boas e bonitas, elas também podem levar a exageros.
Com base naquilo que você descreve, a masturbação se tornou uma fonte importante de amor próprio e aceitação, de recompensa nas horas alegres, de consolo nas horas tristes e de relaxamento no meio do estresse. Existem razões físicas, ligadas à química do seu cérebro, que levam você a se sentir um pouco melhor (pelo menos por alguns momentos) depois que se masturba/tem um orgasmo. Mas será que a masturbação não está começando a ocupar o espaço de outras coisas em sua vida?
Não é um simples questão de “é pecado/não é pecado”. É uma questão de equilíbrio. Minha impressão é de que você está buscando no estímulo sexual coisas que seria mais saudável procurar em vários outros lugares, de outras maneiras. É uma recompensa/consolo/relax solitário. Será que, na vida de modo geral (não só falando de romance), você não está se sentindo sozinha ou sentindo falta de algo? Pergunte isso para Deus, peça para ele mostrar se você está procurando no prazer físico uma forma de satisfazer outros desejos e necessidades.
É importante entender, também, que um dos verdadeiros sinais de maturidade, de que não somos mais meninas, e sim mulheres de verdade, é a capacidade de desenvolver uma medida de controle sobre nossos desejos. Buscar a gratificação imediata, sem querer esperar pelo momento e contexto certos, é o que as crianças fazem.
Não estou dizendo que a gente deve negar nossos desejos, ignorá-los e considerá-los maus. Mas, a gente precisa ver se está administrando esses desejos de forma saudável e equilibrada, ou se está se deixando controlar por eles. Se você decidir: “Esta semana não vou me masturbar nenhuma vez”, você consegue ficar sem esse prazer numa boa? Ou gera ansiedade? Se gera ansiedade, é sinal de que sua jornada de autodescoberta talvez tenha passado um pouco da medida.
Resumindo: minha opinião é que cada pessoa, em seu relacionamento de intimidade com Deus (quanto mais próxima você estiver de Deus, mas as coisas vão se esclarecendo com o tempo), precisa procurar entender se a masturbação é uma parte natural de sua descoberta da sexualidade ou se passou a ser um “lugar” para o qual a gente corre sempre que precisa de qualquer tipo de alívio. No segundo caso, existe o sério risco de se transformar em um vício, ou seja, o uso excessivo/desequilibrado de uma coisa que pode ser boa na medida certa, mas se torna prejudicial por causa do exagero.
Pense nisso tudo, converse bastante com Deus. Procure colocar de lado por ora o discurso de igreja/culpa/pecado e simplesmente passe tempo com Deus, falando com ele e se aquietando para ouvir o que ele tem a lhe dizer. Deus não está irado nem decepcionado com você. Ele está, sim, desejoso de mostrar o que é saudável e equilibrado para sua vida neste momento. As instruções dele são sempre para nosso bem, para nos aproximar dele e alegrar o coração dele e, como consequência, o nosso coração também. Confie nele!
E, se quiser continuar a conversa, é só passar aqui novamente (não precisa esperar três anos, kkk).
Kisses,
Su
Os links: