Hello, L.! Um bom tempo atrás, conversamos sobre essa questão da mulher no ministério. Veja aqui: https://www.faithgirlz.com.br/ola-su-mulher-ser-pastora-e-biblico-pois-em-timoteo-diz-que-a-mulher-nao-deve-falar-na-igreja-e-nao-ter-autoridade-sobre-o-marido-alguns-falam-que-essa-orientacao-era-especifica-para-essa-epoca-nes/
Dei uma olha no link que você mandou. Essa questão do ministério feminino é muito controversa e existem várias linhas de interpretação. Por exemplo: tem os que só deixam a mulher abrir a boca dentro de casa, e olhe lá. Tem os que dizem que até pode lecionar para crianças e outras mulheres, e tem os que consideram que a mulher é autorizada a ensinar e pregar para todos dentro da igreja. Cada uma dessas linhas vai recorrer a passagens diferentes e/ou vai apresentar uma argumentação diferente.
Aqueles que seguem a linha da igualdade (submissão mútua – veja o link na sua pergunta/resposta anterior sobre submissão feminina) consideram plenamente possível e, aliás, recomendável que as mulheres ensinem na igreja.
Uma forma importante de saber se uma instrução bíblica é normativa (se é válida para todos os cristãos de todas as épocas) ou se é ligada ao contexto história e sócio-cultural é olhar para a Bíblia como um todo. Aliás, esse é um dos fundamentos da interpretação bíblica. Não podemos pegar versículos e passagens isoladas, ou apenas passagens sobre exatamente o mesmo assunto e tirar conclusões dogmáticas.
No caso em questão, a meu ver, um texto fundamental é Gálatas 3.26-28, que diz: “Pois todos vocês são filhos de Deus por meio da fé em Cristo Jesus. Todos que foram unidos com Cristo no batismo se revestiram de Cristo. Não há mais judeu nem gentio, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos vocês são um em Cristo Jesus”.
O texto não está dizendo que não existe mais nenhuma distinção entre os gêneros. Claro que existe, pois vemos na história da criação que Deus criou dois gêneros (logo, a homossexualidade não é apenas uma questão histórica/cultural). Mas o texto está dizendo que, em Cristo, as barreiras que antes existiam estão sendo removidas. Coisas que a cultura não permitia para gentios, escravos e mulheres (todos considerados “cidadãos de segunda categoria” entre os judeus), agora são permitidas dentro do corpo de Cristo – essas pessoas que antes deviam permanecer caladas, agora têm voz e voto e contribuições importantes e igualitárias a oferecer. É meio difícil harmonizar isso com a ideia de que a metade feminina da igreja não pode se pronunciar abertamente a respeito de questões teológicas/doutrinárias, não é mesmo?
Existem várias outras passagens da Bíblia que apontam para a ideia de igualdade. Por isso quem adota o posicionamento igualitário considera que algumas instruções do Novo Testamento se referem a situações, momentos e lugares específicos.
Em última análise, cada um precisa avaliar os argumentos em atitude de oração e respeitar aqueles que interpretam a Palavra de forma diferente. Afinal, o princípio do amor a Deus e ao próximo é maior do que qualquer controvérsia!
Até a próxima!
Kisses,
Su