Hello, I.! Que bom que você está curtindo o blog FaithGirlz.
Imagino o quanto seja difícil perceber que existem coisas na vida de sua filha que ela não está lhe contando. Mais difícil ainda quando essas coisas podem ter consequências não apenas para ela, mas para toda a família!
A primeira coisa que eu gostaria de sugerir é que você deixe a igreja de fora dessa história e, se o assunto chegar a pessoas da igreja, que você proteja a privacidade de sua filha (se alguém vier perguntar, pode dizer algo do tipo: “Esse é um assunto que estamos tratando em família. Obrigada por suas orações”.). A última coisa que ela precisa nesse momento da vida dela é ter a vida vasculhada “em praça pública”. Isso só gera mais rebeldia e pode afastá-la de Deus. Muito mais importante do que a opinião do pessoal da igreja é o relacionamento entre você e sua filha e, acima de tudo, o relacionamento entre sua filha e Deus.
O que leva ao segundo ponto. É importante sua filha saber que você é digna da confiança dela. Ela precisa saber que, se ela lhe contar algo, isso não vai ser divulgado na família, na igreja, etc. Vai ficar, na maior medida possível, entre vocês duas. Claro que você, como mãe, também precisa de apoio e oração, mas seja muuuuito criteriosa sobre dividir essas questões dela com pessoas ao redor. A meu ver, no máximo, pense em falar no máximo com uma amiga chegada sua, que você tenha certeza absoluta que não vai passar nenhuma informação adiante. Se você não tem ninguém assim por perto, fique à vontade para continuar vindo aqui para conversarmos sempre que necessário, pois este é um ambiente protegido por anonimato.
Terceiro, antes de pensar em qualquer outra medida, procure dialogar com sua filha. Sim, eu sei que é difícil, mas demonstre que você está aberta para conversar sem condenar. De todas as conversas que eu vejo entre mães e filhas, as que funcionam melhor são as que deixam espaço para a menina contar o que está acontecendo no tempo dela, sem medo de “represálias”. Claro que o início da vida sexual de sua filha é uma questão muito séria. E é evidente que nós gostaríamos que ela vivenciasse o ideal de Deus para ela e esperasse até um compromisso para o resto da vida. Mas, se não é isso que está acontecendo, a meu ver, o melhor a fazer é acolher o que ela tiver para lhe contar e procurar aconselhá-la com muita serenidade para que ela repense escolhas à luz daquilo que ela sabe sobre os bons planos de Deus para ela. Se ela insistir em fazer as coisas do jeito dela, aí é hora de pensar em “contenção de estragos”. Ela e o namorado precisam entender a importância de usar corretamente camisinha para evitar infecções sexualmente transmissíveis e, óbvio, uma gravidez indesejada.
É nesse ponto que entra a consulta médica. Ginecologista não deve ser usada como “tira-teima” de virgindade. Muitas meninas hesitam em ir à ginecologista não porque iniciaram a vida sexual com um parceiro, mas porque se masturbaram (muitas vezes com objetos) e, portanto, têm medo de que a ginecologista diga para a mãe que elas não virgens. Convém observar que, por lei, a médica não tem permissão de compartilhar com a família da menina o que ela observar no exame (a menos que haja suspeita de violência sexual). Além disso, a ginecologista deve ser vista como uma aliada de sua filha, uma figura de confiança, que ajudará sua filha a cuidar bem do corpo dela e a tomar decisões prudentes ao iniciar a vida sexual. De novo, não estou dizendo que esse é o ideal, mas é o real. O que você pode fazer é sugerir para sua filha que vocês consultem uma ginecologista para que ela converse sobre o que quiser (inclusive sobre métodos contraceptivos mais indicados para ela). Deixe-a falar sozinha com a médica se ela quiser.
Você pode expressar com toda calma que você não gostaria que ela iniciasse a vida sexual tão cedo, com alguém que ela nem sabe se vai se comprometer seriamente. Você pode lembrá-la de que Deus tem um caminho melhor para nós. Mas, você também pode dizer que, se ela quiser seguir o caminho dela, então é importante falar com a médica e tomar providências. Também vale a pena ressaltar que você não vai rejeitá-la ou se distanciar dela se ela realmente estiver fazendo sexo com o namorado.
E, assim como você assume com ela o compromisso de não falar da vida sexual dela para outros, é importante pedir dela a mesma discrição para não ficar dizendo coisas inapropriadas para as irmãs. É fundamental ela entender que, se ela se acha madura o suficiente para ter sexo, precisa demonstrar maturidade e responsabilidade em todas as áreas da vida.
Essa abordagem permite que sua filha reavalie as escolhas que ela está fazendo e busque apoio em você para fazer escolhas diferentes e mais prudentes. E também dá espaço para que você a aconselhe de modo mais próximo e tranquilo. O que eu vejo é que impor castigos, fazer mil proibições e abrir a vida dela para a família e a igreja só causa mais estragos e afasta a menina da família e de Deus.
Convide sua filha para vocês orarem juntas, pedindo sabedoria e direção de Deus. Mesmo que ela recuse, avise que todos os dias, às X horas você vai estar orando por ela e gostaria de ter a companhia dela nesse momento. Sua filha saber que ela conta com seu apoio e suas orações pode ter um efeito imensamente positivo na vida dela. Talvez as mudanças não sejam imediatas e você precise ter paciência, mas Deus opera de modo muito poderoso por meio desse uso da compaixão, da graça e do amor (afinal, é assim que ele nos trata, não é mesmo?). Que o Senhor cubra você de sabedoria e lhe dê clara direção, confiando no cuidado dele sobre sua vida e de sua família.
E, sempre que quiser conversar, estamos à disposição!
Kisses,
Su