Hello, L.! Muito legais e válidos esses seus questionamentos. Você mesma escreveu parte da resposta que eu daria para essa questão: (1) Todos somos amados por Deus e, aqueles que aceitaram a salvação em Cristo, sempre vão pertencer a ele, quaisquer que sejam suas lutas. (2) Não existem pecados de tamanhos diferentes, mas apenas consequências e implicações diferentes.

E aqui vão algumas coisas que eu gostaria de acrescentar:

(1) Uma vez que todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa (nossa “herança” desde que o pecado entrou no mundo), todos nós nascemos com propensões para fazer coisas que fogem do ideal de Deus. Não estou falando de uma questão genética, mas de uma questão do coração. Por que algumas pessoas parecem mais propensas a fazer fofoca, outras a mentir, outras a usar mal recursos financeiros, outras a fazerem escolhas sexuais pouco saudáveis, etc.? Por que todos nós ainda temos essa natureza pecaminosa dentro de nós, até o dia em que Deus nos dará uma nova natureza, apropriada para passarmos a eternidade com ele. Isso não é uma desculpa para vivermos de um jeito contrário ao que Deus pede de nós. Afinal, uma vez que aceitamos a salvação em Cristo, não somos mais escravos dessa velha natureza. Aliás, a Bíblia explica que, com a ajuda do Espírito Santo, já devemos estar nesse processo: “Uma vez que ouviram falar de Jesus e foram ensinados sobre a verdade que vem dele, livrem-se de sua antiga natureza e de seu velho modo de viver, corrompido pelos desejos impuros e pelo engano. Deixem que o Espírito renove seus pensamentos e atitudes e revistam-se de sua nova natureza, criada para ser verdadeiramente justa e santa como Deus” (Ef 4.21-24, Nova Versão Transformadora). Esse é um trabalho que o Espírito realiza dentro daqueles que já são salvos. Não devemos esperar o mesmo de pessoas que ainda não conhecem Cristo como seu Salvador. Elas continuam sujeitando-se às propensões de sua velha natureza.

Portanto, minha postura pessoal em relação à homossexualidade é a seguinte: Essa escolha pode ser influenciada por vários motivos externos (o fato de estar meio que “na moda” hoje, experiências sexuais na infância e adolescência, o tipo de educação dentro da família, uma propensão biológica e mais uma porção de coisas). Em última análise, porém, é uma escolha motivada por uma propensão do coração (como expliquei acima). Ela foge do ideal de Deus, como outras escolhas e decisões. Isso não torna a pessoa que faz essa escolha menos digna de nosso respeito e não a torna menos amada por Deus, de maneira alguma. Mas, significa que ela tomou a decisão de viver uma forma que Deus não planejou, com as consequências que decisões desse tipo implicam para a vida pessoal, familiar e social. Nosso papel como cristãos é pedir graça e sabedoria de Deus para nossa própria vida, para que ele nos ajude a viver de acordo com os ideais dele. Também é falar a outros do amor de Cristo que acolhe todos que o recebem. Esseamor vai trabalhando na vida de cada um para aproximá-lo de Deus no tempo e do jeito de Deus, que muitas vezes é bem diferente daquilo que imaginamos. (Aliás, afirmar o ideal de Deus de forma respeitosa não é preconceito, pois não agride ninguém.)

Embora a Bíblia nos dê o princípio geral, Deus trabalha na vida de cada pessoa de modo individual. No exemplo que você colocou, de um casal homossexual em que um dos parceiros aceita a Cristo, de fato é uma situação extremamente delicada e em que essa pessoa recém-convertida vai precisa de muuuuuuita sabedoria de Deus para se posicionar. Eu não tenho uma resposta para isso, pois não acho legal generalizar. A única coisa garantida é que Deus não nenhum de seus filhos na mão, em situações sem saída. O papel da igreja, a meu ver, é de acolher esse casal e seus filhos e caminhar junto com eles em amor (sem condenação), mas, ao mesmo tempo, buscar seriamente a orientação de Deus para essa situação específica e dispor-se a seguir essa orientação.

Espero que estas linhas tenham ajudado um pouco nas suas considerações. É um tema longo e complexo, difícil de discutir de uma vez só. Portanto, se quiser continuar a conversa, é só escrever novamente, ok?

Kisses,
Su