Hello, R.! Fique tranquila, porque não tem nada de loucura nessa história, nem me pareceu confusa. Aliás, é bastante natural algo desse tipo acontecer quando estamos nos sentindo sozinhas, inseguras, numa situação difícil ou muito diferente (tipo, uma pandemia, kk) ou mesmo entediadas. Algumas pessoas são mais propensas a usar a imaginação dessa forma, mas não significa necessariamente que é um problema.
A questão agora é o que você faz com esse “personagem” que você criou e que se tornou tão real em sua mente.
Meu conselho é que você procure não alimentar esse “relacionamento”, tipo, não fique chamando seu amigo quando estiver pra baixo Eu sei que estou lhe pedindo algo difícil, mas pense comigo. A princípio a ideia de ter alguém assim por perto é atraente, pois seu personagem lhe traz sensação de consolo, companhia, afeição, de forma segura. Afinal, esse ser nunca vai magoar você, não vai ter imperfeições irritantes, sempre vai saber a coisa certa para lhe dizer. A coisa se complica, porém, quando a gente lembra que, por mais verdadeiro que tudo isso pareça, não está satisfazendo de fato as necessidades normais que você tem (e todos nós temos) de companheirismo, amizade, afeto. É como estar com uma fome danada e comer um biscoito água e sal. Vai “tapear” a fome por um tempinho, mas não vai nutrir nem satisfazer de verdade. Com o tempo, esse “relacionamento” vai deixar de satisfazer você, pois não está lhe dando de verdade aquilo que você precisa.
E, se você realmente embarcar em uma busca por alguém que corresponda à sua idealização, isso vai lhe trazer muuuita frustração e possível sofrimento. Afinal, mesmo que alguém você encontre alguém parecido (o que é pouco provável), essa pessoa vai ser real e imperfeita. E apegar-se ao ideal vai impedir você de curtir as coisas boas que existem em pessoas reais. Seu personagem vai ser o padrão de comparação para todos os meninos de verdade, e ninguém vai ficar à altura. No fim das contas, você poderá acabar ainda mais sozinha e insatisfeita.
Isso não significa, porém, que você precisa “matar” seu amigo! Ele pode ter um lugar na sua vida, mas não esse lugar central que você está dando para ele em seus afetos. Minha sugestão é que você escreva sobre ele em um papel. Descreva a aparência dele, as características de personalidade, as coisas que você aprecia nele. Diga como ele faz você se sentir e a importância que ele teve para você nesse momento. Coloque esses papéis em um envelope e feche com cola, para não abrir tão cedo. Você deixar seu amigo guardado em algum lugar especial por um tempo, sabendo que ele não “sumiu”, mas que também não vai estar mais tão presente.
Claro que, se você parar de chamá-lo e deixá-lo num canto, vai ficar um vazio na sua vida, não é mesmo? A experiência que eu proponho é que você preencha esse vazio com outra pessoa. Eu tenho um relacionamento com essa pessoa, e posso lhe garantir que é mais incrível do que qualquer personagem que eu tenha formado em minha mente (sim, eu já fiz isso também, kkk). É alguém que a gente também não consegue ver, mas ele é absolutamente real! É alguém perfeito, que nos conhece e aceita perfeitamente, que sabe a coisa certa para nos dizer na hora certa. É alguém que nos dá tudo de que precisamos e muito mais. Essa pessoa é Deus, aquele que nos criou, nos ama, nos ajuda e nos acolhe do jeito que somos. Se você já tem um relacionamento com ele, então é hora de se aproximar ainda mais. E, se você ainda não tem, é hora de começar! Veja como fazer isso aqui: http://depapocomasu.blog.br/deus/2018/01/a-coisa-mais-importante-que-voce-precisa-saber/
Deus sabe por que você criou seu amigo e sabe o que você procura nele. Deus sabe o que seu coração está pedindo e precisando nesse momento. E, se você pedir, ele colocará em sua vida, no tempo e do jeito certo, pessoas e situações que vão atender a tudo que você realmente precisa!
E, quando você olhar para trás daqui muitos meses (ou talvez anos?) e abrir seu envelope, entenderá que seu personagem foi alguém especial, que teve um lugar em sua vida. Mas, você também verá que Deus supriu pessoalmente e por meio de outros aquilo que você estava buscando quando criou esse ser. Desafio você a fazer essa experiência, amiga!
E, se quiser, volte para conversarmos mais. Estamos à disposição!
Kisses,
Su