Hello, P.! Para responder sua pergunta, acho importante definirmos o que é perdão e como devemos agir depois que perdoamos alguém.
Perdão não é um sentimento. É uma decisão. Reconhecemos todo o mal que a pessoa nos fez e entendemos que, por causa dessas ofensas todas, a pessoa é nossa devedora. E, então, cancelamos essa dívida. Tomamos a decisão de pensar e agir como se essa pessoa não nos devesse nada. Essa decisão não apaga de nossa memória as coisas que aconteceram e, muitas vezes, não muda as circunstâncias presentes. Mas, ela muda nossa forma de enxergar a pessoa. Deixamos de vê-la como alguém que merece ser castigada (seja por nós, por outros, ou pela vida de modo geral). Em geral, precisamos nos lembrar dessa decisão muitas e muitas vezes sempre que notarmos que não estamos desejando o bem da pessoa. E só somos capazes de perdoar de verdade, como Deus pede de nós, com a ajuda dele. Não adianta a gente tentar produzir sentimentos “fofos” pela pessoa. A gente resolve que vai perdoar e, então, pede forças e socorro de Deus. E ele responde! Como disse, geralmente vamos precisar renovar a escolha de perdoar (e nossos pedidos a Deus) um milhão de vezes. Mas ele nos ajuda a nos manter firmes nesse propósito.
Agora, só porque perdoamos alguém, não significa que precisamos ter amizade com essa pessoa, ou que o relacionamento deve voltar ao que era antes. A meu ver, no seu caso, é importante que o relacionamento com sua tia não volte a ser como antes. Você conseguiu impor uma distância emocional saudável e, em minha opinião, é necessário manter essa distância. Com frequência, para ter um relacionamento de respeito e evitar novas mágoas e conflitos, temos de nos afastar da pessoa (senão fisicamente, pelo menos emocionalmente). Pode ser interessante você conversar com sua tia e explicar para ela que você já a perdoou, que aceita o arrependimento dela, mas que, para manter o bom convívio e uma relação de respeito, você prefere não se reaproximar dela por enquanto. Com o tempo, vocês podem reavaliar a situação e você pode analisar se ela mudou de atitude. Não importa se ela vai aceitar isso ou não. O importante é que você se posicione claramente e tenha sempre na lembrança que ela não lhe deve nada e que as coisas do passado precisam ficar no passado. Se você ainda tem dificuldade com tudo o que aconteceu, se essas memórias ainda causam angústia, pode ser interessante você conversar mais com alguém sobre isso (um terapeuta, psicólogo, conselheiro, etc.) e colocar essa questão em ordem dentro de você. Fale com Deus. Peça ajuda dele para perdoar e sabedoria para entender como você deve se posicionar em relação a sua tia no convívio diário. Quando pedimos com sinceridade e disposição de obedecer, Deus ouve e atende de maneiras surpreendentes!
Até a próxima, amiga!
Kisses,
Su