Oii, Su, td bem?Não sei como vejo se vc me respondeu, nunca tinha te mandado perguntas, mas vamos lá.Quando eu era pequena (até uns 6 anos), meu pai tinha uma brincadeira de ficar batendo na minha bunda, e eu não ligava, pq era pequena.Mas o tempo foi passando, eu fui criando aquele sentimento de pudor, e comecei a ficar desconfortável. Eu tinha uns 8/10 anos, e foi a partir daí q eu comecei a pedir para ele parar, pq eu me sentia extremamente desconfortável, mas tudo que ele falava era: “Para de bobeira”Ele nunca foi um pai presente na minha vida, nunca cuidou muito de mim ou brincou de algo (bom) comigo, e isso já meio que foi nos distanciando (ele era um estranho dentro de casa pra mim, e era como se um estranho estivesse encostando em mim).Ele tbm tinha mania de ficar querendo me abraçar, mas eu não gostava, e teve uma vez que eu tava indo pra escola e ele falou que, se eu não abraçasse ele, eu iria apanhar. Tipo, ele quer amor a troco de um tapa? Eu fui obrigada a abraçar ele, oq me dava um pouco de “nojo” às vezes,não sei explicar… Eu chorei muito nessa manhã, e não esqueci até hoje. A minha mãe é muito inocente ou sei lá, pq ela tbm nunca fez nada, não sei se ela não vê maldade nisso, mas eu já falei pra ela mil vezes o quando é horrível isso q ele faz.Ele tbm fazia isso com a minha irmã quando ela era pequena, e nós tivemos uma experiência muito parecida. Nós paramos de nós sentar à mesa junto com a nossa família. A não ser quando ele viaja (ele sempre trabalhou muito, e às vezes faz viagens a trabalho). Quando isso acontece, comemos normalmente e tranquilamente com a nossa mãe.O relacionamento deles é bem superficial, não sei dizer, mas a minha mãe faz tudo lá em casa e ele mal ajeita as coisas dele. Nunca foram de demonstrar carinho um pelo outro… Sem contar que, quando ela tenta conversar com meu pai, ele não dá bola, e a minha mãe merecia alguém melhor… Sei lá.Decidi falar aqui pq não consigo me aproximar dele, por causa dessas coisas de infância. Além disso, ele deve ter alguma coisa psicológica, narcisismo ou afins, não é possível… Até quando vamos na casa da minha avó, ele só fica sendo servido, não ajuda em nada. Quando meus pais discutem (a minha mãe tá sempre “certa”), ele sempre quer ter razão. Aí, quando falamos algo que não convém pra ele ter a razão, ele diz “Ah, mas isso não vem ao caso”…Eu também fico preocupada com as minhas primas (uma tem 2 anos e a outra tem 6 meses). Elas foram pra um encontro de família e a minha irmã comentou cmg que ele fica toda hora pedindo pra elas fazerem alguma coisa (sentarem no colo ou qualquer outro “comando”), e eu fico meio com o pé atrás… Mas, ao mesmo tempo, me sinto mal de pensar essas coisas do meu pai, e só queria que tudo tivesse sido diferente, ou que ele pelo menos reconhecesse que oq ele fez n foi legal.Já falei sobre isso com o nosso pastor, mas não tive coragem de contar a parte que ele encostava em mim, pq, antes de escrever, nunca chegava a uma conclusão, não conseguia me convencer do que ele fez (se era assédio ou oq).Me ajuda? L.

Pergunta:

Oii, Su, td bem?
Não sei como vejo se vc me respondeu, nunca tinha te mandado perguntas, mas vamos lá.
Quando eu era pequena (até uns 6 anos), meu pai tinha uma brincadeira de ficar batendo na minha bunda, e eu não ligava, pq era pequena.
Mas o tempo foi passando, eu fui criando aquele sentimento de pudor, e comecei a ficar desconfortável. Eu tinha uns 8/10 anos, e foi a partir daí q eu comecei a pedir para ele parar, pq eu me sentia extremamente desconfortável, mas tudo que ele falava era: “Para de bobeira”
Ele nunca foi um pai presente na minha vida, nunca cuidou muito de mim ou brincou de algo (bom) comigo, e isso já meio que foi nos distanciando (ele era um estranho dentro de casa pra mim, e era como se um estranho estivesse encostando em mim).
Ele tbm tinha mania de ficar querendo me abraçar, mas eu não gostava, e teve uma vez que eu tava indo pra escola e ele falou que, se eu não abraçasse ele, eu iria apanhar. Tipo, ele quer amor a troco de um tapa? Eu fui obrigada a abraçar ele, oq me dava um pouco de “nojo” às vezes,não sei explicar… Eu chorei muito nessa manhã, e não esqueci até hoje. A minha mãe é muito inocente ou sei lá, pq ela tbm nunca fez nada, não sei se ela não vê maldade nisso, mas eu já falei pra ela mil vezes o quando é horrível isso q ele faz.
Ele tbm fazia isso com a minha irmã quando ela era pequena, e nós tivemos uma experiência muito parecida. Nós paramos de nós sentar à mesa junto com a nossa família. A não ser quando ele viaja (ele sempre trabalhou muito, e às vezes faz viagens a trabalho). Quando isso acontece, comemos normalmente e tranquilamente com a nossa mãe.
O relacionamento deles é bem superficial, não sei dizer, mas a minha mãe faz tudo lá em casa e ele mal ajeita as coisas dele. Nunca foram de demonstrar carinho um pelo outro… Sem contar que, quando ela tenta conversar com meu pai, ele não dá bola, e a minha mãe merecia alguém melhor… Sei lá.
Decidi falar aqui pq não consigo me aproximar dele, por causa dessas coisas de infância. Além disso, ele deve ter alguma coisa psicológica, narcisismo ou afins, não é possível… Até quando vamos na casa da minha avó, ele só fica sendo servido, não ajuda em nada. Quando meus pais discutem (a minha mãe tá sempre “certa”), ele sempre quer ter razão. Aí, quando falamos algo que não convém pra ele ter a razão, ele diz “Ah, mas isso não vem ao caso”…
Eu também fico preocupada com as minhas primas (uma tem 2 anos e a outra tem 6 meses). Elas foram pra um encontro de família e a minha irmã comentou cmg que ele fica toda hora pedindo pra elas fazerem alguma coisa (sentarem no colo ou qualquer outro “comando”), e eu fico meio com o pé atrás… Mas, ao mesmo tempo, me sinto mal de pensar essas coisas do meu pai, e só queria que tudo tivesse sido diferente, ou que ele pelo menos reconhecesse que oq ele fez n foi legal.
Já falei sobre isso com o nosso pastor, mas não tive coragem de contar a parte que ele encostava em mim, pq, antes de escrever, nunca chegava a uma conclusão, não conseguia me convencer do que ele fez (se era assédio ou oq).
Me ajuda? L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Seja muito bem-vinda aqui ao blog FaithGirlz! Que bom que você encontrou a gente!

Primeira coisa, amiga: você não tem motivo para se sentir mal de pensar essas coisas do seu pai. Nós temos dentro de nós uma espécie de “instinto” que nos diz algumas coisas não são do jeito que deveriam ser.

Sinto muito que as coisas com seu pai sejam tão difíceis e causem tanto mal-estar. É triste isso. Você está muito certa de exigir respeito e dizer exatamente o que você não quer que ele faça. Sempre que possível, portanto, evite qualquer tipo de contato que faça você se sentir mal.

É bem possível que sua mãe tenha observado essas atitudes do seu pai que você comentou, mas que ela não faça nada porque não sabe como agir ou acha que a situação não tem saída.

Se, em algum momento, acontecer de ele tocar você ou qualquer pessoa da sua família de uma forma que cause nojo, mal-estar ou simplesmente contra a sua vontade, meu conselho é que você ligue para o número 100. Esse é o número de uma central de atendimento com pessoas muito gentis e treinadas especialmente para orientar você em casos de abuso de qualquer tipo (sim, ser tocada da forma que você descreveu é abuso). A pessoa que atender você poderá lhe dar mais orientações sobre o que fazer.

O ideal, porém, seria que você tentasse conversar com sua mãe novamente ou com alguma outra pessoa de confiança da sua família. Será que daria para falar com a(s) mãe(s) dessas primas que você mencionou? Ou com alguma outra pessoa mais velha da sua confiança? Alguma professora na sua escola?

O mais importante é você entender que não tem nada de errado com você. Erradas são essas atitudes do seu pai. E, se ninguém nunca falar nada para alguém de fora, provavelmente ele vai continuar a agir dessa forma com outras meninas da família. Eu sei por experiência própria como essas situações são difíceis (meu pai era uma pessoa beeeem complicada que fez muitas coisas ruins). E eu sei que dá um medo enorme de a gente falar com alguém de fora sobre isso (parabéns pela coragem de escrever aqui no blog!). Mas, é importante não deixar as coisas como estão.

E, acima de tudo, minha amiga, fale com Deus. Conte para ele essa situação e peça para ele mostrar uma saída para você e sua família. Ele é capaz de fazer coisas impossíveis. E ele ama você imensamente e se interessa por tudo o que acontece em sua vida. Ele quer ajudar você nessa situação. Confie nisso. Fale com Deus e fique atenta, pois quando pedimos com fé, ele responde!

E volte aqui sempre que quiser para a gente conversar. Estamos à disposição!

Kisses,

Postado por Susana Klassen
Dia 06/01/2024
Às 13:45
Tags: abuso, comportamento inapropriado, família, pai

Susana Klassen

Susana Klassen traduz literatura cristã e escreve textos didáticos e paradidáticos para adolescentes. Leitora ávida de ficção, fã do U2 e mochileira em aventuras com seu marido/melhor amigo, Vander. Crescendo com Deus e com os irmãos na comunidade de Cristo.

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