Oii Su, eu tenho uma pergunta/desabafo. Bom, semana passada foi o meu aniversário, e tipo ninguém lembrou. A não ser minha família q mora na mesma casa q eu, e uns familiares q moram no msm quintal, umas 9 pessoas. E eu fiquei meio chateada, mas pra falar a verdade eu já meio que estou acostumada. Mas enfim, eu não recebi feliz aniversário de mais ninguém. E aí acontece, que ontem (20) eu fui pra igreja, já tinha passado uns 8 dias do meu aniversário. E uma menina, que eu considerava minha amiga, mas que por vários motivos eu percebi que ela é falsa, tava lá. E quando eu estava andando pra falar com a minha antiga pastora (ela estava lá e eu amo muito ela sabe) aí essa menina no meio do caminho me parou, e falou pra mim “Ah você fez aniversário né?” E eu disse que sim. Aí ela disse que não tinha falado comigo antes por causa do coronavirus (o que não faz sentido pq whatsapp né)) e aí ela veio me abraçar, eu dei um abraço bem rápido nela e soltei rápido, disse obrigada, e continuei andando, não parei pra conversar com ela. Faziam dias que ela me via na igreja mas nem me dava a paz do Senhor. E esse negócio do aniversário nem fez sentido, pq já faziam 8 dias, ela tem meu número, se quisesse teria mandado mensagem e fora q ela me viu no domingo, dia 18. Então eu queria saber, vc acha q eu tô errada de não dar conversa e de ter saído rápido do abraço? Eu não quero me igualar a ela, mas sabe eu não quero mais ela na minha vida Su… L. Eu pensei em explicar melhor o que aconteceu entre eu e a menina. Bom, vou começar dizendo q eu era amiga dela (vou chamar de M) e da irmã dela (a S). Eu conheço elas duas há muitos anos, porém elas são mais velhas, a M tem 22 e a S tem 23. Apesar da idade elas são as pessoas invejosas, falsas, e soberbas. Bom, no passado elas vinham muito na minha casa, mas nunca foram minhas amigas. Apesar disso, elas vinham quase todo dia aqui, era super inconvenientes. Elas pegavam meu tablet, pegavam meu celular sem permissão. Passavam a tarde inteira aqui. E elas quando estavam com outras pessoas na igreja fingiam que eu nem existia. E isso me encheu de uma forma, q eu não conseguia ouvir as vozes delas sem tremer de estresse. Até que um dia elas vieram aqui e eu descarreguei completamente, eu não lembro o que eu falei, mas eu lembro de falar algo sobre aqui não ser a casa delas, e sobre a inconveniência delas. Ficamos um bom tempo sem falar, até que Deus fez uma reconciliação. Bom, em 2018 eu me aproximei da S, pq eu dava aulas pra ela (mesmo sendo mais nova) pra ajudar ela com uma prova. Nesse período, a M trabalhava, e uma coisa importante é: sempre q alguma das duas trabalha, elas esquecem de mim e da minha família, ignoram a gente. Mas quando desempregadas, elas vivem aqui em casa. Então nessa época, eu não era amiga da M, pq ela estava distante e totalmente soberba. Ai em 2019 foi o contrário, a S começou a trabalhar e nem falava mais comigo direito. Nesse mesmo ano, na igreja, o pastor novo fundou o departamento da mídia. E esses pastores me amavam demais, a gente criou uma amizade muito grande. Principalmente a pastora,. E nisso, eu e a S fomos colocadas pra trabalhar juntas. Desde o início eu sempre fiz os slides, fiz os cartazes do culto, ficava no som, tirava foto, e ficava no slide na hora do culto. Eu era a única que fazia tudo isso. Aí começou com o pastor elogiando meus slides todo culto de ensino, ele sempre falava meu nome no púlpito. Não deu 1 mês, a S começou a fazer os slides. Ela pedia pra o pastor enviar o estudo do culto, como se fosse pra mandar pra mim, mas aí ela mesma fazia. Um fato curioso é que o pastor parou de elogiar. Mas quando ele ia agradecer, ele sempre agradecia a mim. Aí o pastor começou a elogiar minha evolução nos cartazes. Sempre que eu mostrava toda animada pra S, ela dizia que não tinha gostado, que tava muito estranha a cor e coisas assim. Uma vez ela me mandou um cartaz de outra pessoa, e falou assim “Quem sabe sabe né”. E várias coisas assim foram acontecendo. Ela já tentou me substituir na mídia sem o pastor saber. Uma vez ela me disse que eu não poderia mexer no som, pq segundo ela eu não tinha ouvido sensível pra isso. E Su, eu era a única que chegava cedo no culto pra testar o som e os microfones, então isso me chateou. E coisas assim foram acontecendo o tempo inteiro. Mas eu sempre fiquei quieta, nunca reclamei. E também continuei fazendo, até pq era tudo pra igreja, e meus pastores confiavam em mim de olhos fechados. Eu não queria decepcionar eles dois sabe. E a M eu não trabalhei com ela na mídia, mas ela fez várias coisas. E ela é muito soberba, da pra sentir o ar de superioridade nela. Já em 2020, a M estava desempregada, então ela começou a conversar muito comigo por mensagem. Mandava áudios enormes e tudo mais. Mas sabe Su, só quando ela não tinha nada pra fazer, e ngm pra falar. Mas nessas conversas ela disse coisas q me chatearam, q foi tipo eu mandei um áudio, e ela me respondeu dizendo “Vou te chamar de reserva emocional kkkkkkk quando eu tiver esgotada e precisando de interação vou ouvir os áudios”. Sabe, reserva emocional? Isso me chateou demais. Eu não sou reserva Su, eu não sou alguém q existe pra procurarem como reserva. Também ocorreu dela me dizer que eu não conseguiria passar numa universo pública (q é o meu sonho). E coisas assim. Eu acho q eu tenho mais história com a S, pq a gnt trabalhou juntas na mídia. Mas a M além das coisas q me fez, ela de verdade tem um ar de superioridade enorme, ela smp quer diminuir os outros, smp quer passar q é superior. Enfim, a gota d’água foi no natal de 2020, qnd aconteceu tipo um cantata na igreja. Eu já tava chateada q o organizador n me chamou, msm eu falando q queria. E aí de última hora ele me colocou no som, mas só pq a pessoa q ele chamou antes n poderia ir. E eu fiz com carinho msm assim. Aí a S veio, dps de cantar, e disse pra mim “o que tá acontecendo q vc tá deixando o som baixo?” E eu disse que não estava baixo e ela falou “Pra vc pode não estar, vc tem q ajudar a gente sabe”. Ela falou cm um tom de ironia, como se eu tivesse tentando sabotar só pq eu não fui chamada pra cantata (aliás a igreja td foi convidada pra participar, nem todo mundo quis, mas foram chamado, mas eu não fui chamada). E eu respondi pra ela “Senta aqui então, fica no som no meu lugar”. E desde esse dia ela nunca mais falou comigo direito e só me olhava torto. Um fato curioso é q os outros irmãos, até os q estavam cantando, elogiaram o som, disseram q estava perfeito e me parabenizaram. E aí elas quase não falavam mais comigo, não cumprimentavam na igreja. No começo eu corri atrás, mas depois eu deixei pra lá. E agora eu quero ser capaz de perdoar, mas eu não quero mais elas na minha vida sabe. Eu não quero mais que elas tenham um espaço na minha vida. Vc acha q eu tô errada Su? Obs: a M é a q veio me dar feliz aniversário. L.

Pergunta:

Resposta da Sú:

Hello, L.! Feliz aniversário! (É atrasado, mas é de coração, kkk. Que Deus abençoe muito você neste novo ano de vida!)

Considerando tudo o que você escreveu, gostaria que pensássemos juntas em duas coisas:

Primeiro, perdoar alguém não significa que você precisa se aproximar dessa pessoa e ser melhor amiga dela. Perdoar é apresentar para Deus todas as ofensas e as injustiças e deixar que ele resolva a situação. O perdão não é um sentimento. É uma decisão. A pessoa está em dívida com a gente, e a gente toma a decisão de não cobrar isso dela. Entrega para Deus e pede ajuda dele para seguir em frente. Às vezes, à medida que Deus trabalha em nosso coração, talvez ele nos conduza de volta para perto da pessoa. Mas, nem sempre é dessa forma. Pode acontecer de você simplesmente permanecer afastada, mas sem mágoas. Meu conselho é que você não tente se aproximar no momento, nem retomar qualquer tipo de relacionamento. Fique na sua e deixe quieto. Tome a decisão de perdoar e peça ajuda de Deus todos os dias para viver de acordo com essa decisão.

Segundo, uma coisa que eu notei naquilo que você comentou é que faltou diálogo e assertividade nessa história. Acho que é meio uma coisa da nossa cultura brasileira a gente se chatear e não falar nada. Só que, com o tempo, as chateações vão acumulando, até que chega uma hora que a gente não consegue nem olhar para as pessoas ou ouvir a voz delas porque já aceitou tanto desaforo de boca fechada. Você conversou com essas irmãs sobre o comportamento delas em sua casa? Disse para elas que não gostava do jeito que elas agiam? Falou para não mexerem nas suas coisas? Falou que não gostou dessa história de “reserva emocional”? Tudo isso precisava ter sido ventilado há muito tempo.

Como lhe disse acima, você não precisa convidar essas duas pessoas de volta para sua vida no momento, a menos que Deus lhe mostra de forma clara algo diferente. Mas, para referência futura, não deixe as coisas chegarem nesse ponto. Se alguém estiver chateando você, converse educadamente com a pessoa. Diga o que você não gosta no comportamento dela. Ou, se a pessoa falar algo que machucou, diga isso para ela também. Procure resolver as coisas no começo, antes que se tornem insuportáveis. É melhor ser sincera, mesmo que outros considerem falta de educação, do que ser educada e apenas “suportar” as pessoas. Lembre-se sempre de que bons relacionamentos precisam de diálogo aberto, de ambas as partes 🙂

Reflita sobre o que falei e, se quiser conversar mais, é só escrever novamente!

Kisses,

Postado por Susana Klassen
Dia 24/07/2021
Às 08:19
Tags: amizades, diálogo, perdão, perdoar, relacionamentos, sinceridade

Susana Klassen

Susana Klassen traduz literatura cristã e escreve textos didáticos e paradidáticos para adolescentes. Leitora ávida de ficção, fã do U2 e mochileira em aventuras com seu marido/melhor amigo, Vander. Crescendo com Deus e com os irmãos na comunidade de Cristo.

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