Hello, A.! Que legal que você encontrou nosso blog. Seja muito bem-vinda!
Estava pensando no que você compartilhou e creio que a primeira coisa, a mais fundamental, é a gente sempre voltar para a maior verdade de todas: somos filhas inteiramente amadas, aceitas e acolhidas pelo Deus que nos criou, quer sejamos típicas ou atípicas. Isso não significa que não precisamos de bons relacionamentos com outras pessoas, mas, quando começamos a realmente assimilar que essa é nossa identidade, que é isso que nos define, algumas coisas podem mudar em nossas interações com outros. Por exemplo, muitas vezes, esforçamo-nos demais para agradar os outros porque imaginamos que a aceitação das pessoas nos fará sentir valorizadas. Na verdade, porém, se não acreditarmos que Deus nos aceita 200% do jeito que somos, a aceitação de pessoas nunca nos dará total satisfação. Estaremos sempre buscando mais. Se não entendermos que Deus não apenas nos ama (como se fosse obrigação), mas que ele gosta de nós, curte nossa companhia, ri das nossas piadas, chora junto com a gente, etc., não importa quanto sucesso tenhamos, sempre parecerá faltar alguma coisa. Claro que experimentamos aceitação, valorização, afeto e satisfação por meio de relacionamentos com pessoas, mas temos que lembrar que tudo isso é apenas um pequeno reflexo daquilo que Deus nos dá. Todos os “amores” em nossa vida são imperfeitos e causam decepções, insatisfações e sensação de incompreensão. O primeiro amor, aquele que recebemos de Deus antes mesmos de nascer, é o único amor perfeito e eterno. Quanto mais aprendermos a nos apegar a esse amor, mais saudáveis serão os outros relacionamentos.
Em minha experiência, essa compreensão é um processo que vai levar a vida toda, mas que pode crescer um pouquinho a cada dia. Eu também tenho características atípicas e dificuldades de me relacionar em alguns aspectos e posso lhe dizer que, no momento certo, quando mais precisamos, Deus envia pessoas que nos entendem na medida necessária, que fazem com que nos sintamos parte da comunidade humana (e não “alienígenas”, kkk). Vamos sempre ter momentos de vazio, de hesitação em nos aproximar de outros, de medo de sermos inadequadas, esquisitas, e por aí vai. Mas, Deus sempre entra em cena no momento certo, seja de modo direto, ao falar a nossa mente e nosso coração, ou de modo indireto, ao usar pessoas, músicas, livros. E o que ele nos dá sempre satisfaz 🙂
Fico feliz de saber que você faz terapia e procura usar recursos diversos para ajudá-la. Essas coisas são presentes de Deus para nós, que ele coloca a nossa disposição para nosso bem. Espero que você receba em breve um diagnóstico mais claro e, a partir disso, possa trabalhar questões específicas. Deus sabe, porém, o tempo certo.
Da mesma forma, ele conhece o momento certo para que seu trabalho como escritora seja reconhecido (de novo, falo por experiência própria). Pense nesse período como tempo para amadurecer ideias, adquirir experiências e aprimorar sua técnica. Adoraria saber mais sobre o que você escreve. Passe aqui de novo para contar!
E, embora seja difícil se sustentar como escritora no Brasil (especialmente de ficção, não sei se é o seu caso), existem muuuuitas coisas que alguém que sabe escrever bem pode fazer. Podemos conversar mais sobre isso, se você quiser. Sua preocupação de ajudar em casa é válida, mas não deve ser motivo de ansiedade e angústia.
Continue a conversar com Deus sobre essas questões e separe tempo com frequência para se aquietar diante dele. Esse é um grande desafio para mim, mas Deus sempre ajuda quando peço que ele me mostre maneiras de andar ainda mais perto dele, de confiar no amor incondicional dele e de refletir esse amor para outros.
Muito obrigada por suas palavras tão amáveis! Espero que este seja o começo de outras conversas. Sempre que quiser trocar uma ideia, estamos aqui 🙂
Até a próxima!
Kisses,
Su