Hello, R.! Que bom ver você aqui de novo! E gostei demais que você mencionou uma das minhas passagens prediletas da Bíblia: “Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolherá” (Salmos 27.10). Esse acolhimento de Deus como Pai é algo bem importante de você lembrar ao lidar com essa questão da sua sexualidade.
Acho fundamental ficar bem claro em sua mente que existe uma diferença grande entre a propensão (tendência) para fazer algo que foge do ideal de Deus e um pecado em si. Todos nós, enquanto ainda estamos convivendo com nossa natureza imperfeita aqui na terra, temos propensões a fazer coisas que não são o ideal de Deus. Algumas pessoas têm a propensão de julgar outras, algumas têm a propensão de buscar só sucesso e bens materiais, algumas têm a propensão de buscar afeto romântico em pessoas do mesmo sexo. Nada disso é, de si mesmo, pecado.
A atração em si que você está sentindo por sua líder não é pecado. Ela só mostra que você tem uma propensão para fugir do plano de Deus nessa área de sua vida. Portanto, não se sinta culpada pela presença da atração. Tentar “sufocar” essa atração não vai resolvê-la. E, afastar-se completamente todos por causa disso também não resolve. Todos nós precisamos de uma comunidade de fé, então sair da igreja não é uma opção. Se você mudar de igreja, pode acontecer de você sentir essa mesma atração por outra pessoa.
Meu conselho é que você apresente essa atração para Deus e pergunte o que ele quer que você faça. Enquanto isso, não fuja, não se isole nem se exclua, e não brigue com o desejo que está dentro de você. Apenas aceite que ele existe, mas que Deus não quer que você aja em função dele. E, se Deus não quer que você aja em função desse desejo, ele é o maior interessado em providenciar uma saída para você. Sua responsabilidade nessa história é não ficar alimentando a atração (tipo, deixando os pensamentos correrem soltos, fantasiando cenários e possibilidades, criando situações para se aproximar ainda mais de sua líder). E, por enquanto, não fale com mais ninguém. Considere os próximos dias/semanas um período de espera, em que você vai aguçar os ouvidos para escutar a direção de Deus. Gaste o máximo de tempo que puder lendo a Bíblia, memorizando passagens (como o Salmo 27.10!), orando sobre tudo o que está no seu coração – e agradecendo até pelos mínimos presentes que Deus lhe dá todos os dias (desde o ar que você respira, até o pãozinho do seu café da manhã, rs). Esse é o caminho para acalmar seu coração a fim de que você consiga perceber a saída que Deus já preparou para essa situação e o rumo que ele quer dar para sua vida daqui para frente.
E guarde o seguinte na memória: a atração por pessoas do mesmo sexo não é algo melhor nem pior do que tantos outros desafios que a gente enfrenta na caminhada com Deus. Embora seja um assunto muito delicado, especialmente dentro das igrejas, Deus não tem uma “categoria à parte” para quem lida com esse desafio. E ele quer ajudá-la a conviver com essa propensão de um jeito saudável, em um equilíbrio que não a encha de culpa, mas que, ao mesmo tempo, agrade o coração dele.
Quero recomendar fortemente para você um livro muuuuito legal para tratar dessa questão:
Ele é escrito por uma pessoa cristã, que convive com a atração pelo mesmo sexo, mas que tem uma vida inteiramente dedicada a Deus. Tenha bom ânimo amiga, pois isso é possível.
E volte aqui para conversarmos sempre que quiser 🙂
Paz de Cristo!
Kisses,
Su