Hello, M.! Entendo
o que você está dizendo, amiga. Em minha opinião, a gente precisa tratar desses
assuntos em duas frentes:
1 – Existe uma enorme diferença entre religião e relacionamento com Deus. O
fato de termos nascido em lar evangélico, ter sempre frequentado a igreja e nos
envolvido em atividades religiosas não significa que realmente cultivamos um relacionamento
com Deus. O que nos sustenta, traz transformação em nossa vida e nos torna sensíveis
para outros é a caminhada diária com Cristo como nosso Senhor, Mestre, Amigo, Companheiro.
Saber coisas sobre a Bíblia e sobre Cristo é diferente de experimentar essas
coisas na prática. Meu primeiro conselho, portanto, é que você tenha uma
conversa beeeeem sincera e bem pessoal com Deus sobre como estão as coisas
entre vocês dois. Por ora, coloque de lado pensamentos sobre igreja,
comportamento correto, o que você “deveria” fazer como cristã. Isso é para ser
tratado depois. O principal neste momento é você entender se existe, de
verdade, um relacionamento com Deus. Peça para ele mostrar para você de um
jeito bem claro. Deus gosta demais de atender a esse tipo de oração e apontar o
caminho para nos aproximarmos dele pessoalmente – e não só por meio de rituais, e supostos deveres e saberes. Talvez
você não receba uma resposta de imediato, mas não desista. Vá falando com Deus,
contando para ele o que está em seu coração, em seus pensamentos, e pedindo
ajuda dele. Aproveite para ler os Evangelhos (gosto especialmente de João e Lucas)
para entender quem é esse Jesus com
que a gente se relaciona. Os sentimentos e comportamentos que você busca são consequências de uma caminhada próxima
com Jesus, coisas que ele vai produzindo aos pouquinhos dentro de nós. Não
adianta você querer impor essas coisas sobre si mesma como obrigações e ficar
se culpando. É como tentar espremer e sacudir uma árvore para que ela produza
frutos. Só quando a árvore tem água, sol, nutrientes é que ela é produz frutos naturalmente. O mesmo se aplica a nosso relacionamento
com Deus.
2 – Uma das coisas que Deus usa muito para nos ajudar a termos relacionamentos saudáveis e estabilidade interior (menos altos e baixos) é o conhecimento e a competência de pessoas treinadas e capacitadas para nos orientar nessas questões. Meu segundo conselho é que você considere seriamente conversar com um terapeuta, conselheiro, psicólogo ou mesmo uma pessoa cristã compreensiva (e não julgadora) sobre as questões que você trouxe aqui. Pelo que você fala, é evidente que você se importa com as pessoas (do contrário, você nem estaria preocupada com isso). Também é importante você não ficar se comparando com outros (tipo, as pessoas da minha família são mais bondosas, compreensivas, gentis do que eu). Cada um está em um momento diferente de sua jornada, e cada um enfrenta desafios diferentes. Comparação só traz desgosto e não produz nada de bom. Peça para Deus colocar aí perto de você alguém com quem você possa conversar sobre esses assuntos mais detalhadamente e orientar você de modo compreensivo.
E lembre-se de
que você não está sozinha nessa jornada. Passe aqui sempre que quiser e vamos trocando
ideias aos poucos, ok? Estamos à disposição!
Que Deus abençoe você com a presença dele e com um relacionamento cada vez mais
próximo com ele.
Até a próxima!
Kisses,
Su