Pergunta:

Oi Su! Estou com um problema que está me deixando irritada. É o seguinte aqui em casa somos eu, minha mãe e meu irmão. Eu fiz 16 e meu irmão tem 15. A minha mãe trabalha muito e cuida muito da gente, o problema é que ela trata diferente eu e o meu irmão, e de uns tempos para cá o meu irmão deu para me vigiar. Outro dia ele me viu beijando uns garotos no colégio (ele falou assim, como se eu estivesse ficando com um monte de menino) e contou para a mamãe, só que eles eram só meus amigos e eu estava beijando para cumprimentar. Se ele pega mensagem minha no celular que ele acha que eu estou fazendo coisa errada ele mostra para a mamãe. Eu reclamo mas a mamãe diz que é para ele me vigiar. Apesar dele ser mais novo ele pode fazer uma porção de coisa que a mamãe não me deixa fazer e ir em lugares onde eu não posso ir, e se eu reclamo ela diz que é porque ele é menino e eu sou menina. Quando eu digo que não entendo isso ela responde que é porque eu ainda não cresci. Ela também dá castigos diferentes para a gente mesmo se a gente fez a mesma coisa, e tem coisas que o meu irmão faz e não é castigado mas eu sou, e se eu reclamo a mamãe sempre responde que é diferente porque eu sou menina e ela tem que tomar mais conta de mim e que o mundo tem coisas muito mais perigosas para as meninas. A mamãe entrou em uma igreja agora e não sei se isso tem a ver com as ideias dela, mas a gente tem brigado muito e eu não sei bem como convencer ela. O que você acha disso? L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Sinto muito por sua situação, amiga! Conviver com injustiças como essas que você descreve é muito difícil! Em alguns aspectos, pode até ser verdade que meninas correm mais perigo que meninos. Mas isso não é simplesmente porque somos meninas. Essa não é uma situação natural. É porque nossa sociedade (e muitos meninos e homens) ainda precisam aprender a nos respeitar como iguais.

Eu sei que você já tentou “convencer” sua mãe dessas desigualdades e não deu certo. Mas, eu queria incentivar você a não desistir de dialogar (que é diferente de convencer). Em vez de dizer para sua mãe que ela está sendo injusta (mesmo que seja verdade), diga para ela que você está tendo dificuldade de lidar com essa situação desigual. Conte para ela que você fica triste porque seu irmão, que tem menos idade (e, talvez, menos maturidade) que você pode “mandar” em sua vida só porque ele é menino. Diga que, para você, nada disso faz sentido. Tente entrar em acordos com ela, tipo: “Gostaria que meu irmão não ficasse pegando meu telefone. Em troca, eu concordo em não ir a lugar X (que sua mãe não gosta que você vá)”. Vale a pena fazer mais algumas tentativas. Para mais dicas práticas para lidar com esses conflitos, veja estes dois posts:

Dialogar com pais: http://depapocomasu.blog.br/relacionamentos/2018/03/o-que-significa-honra-os-pais/

Brigas com pais: https://www.faithgirlz.com.br/index.php/brigas-constantes-com-os-pais/

Enquanto você estiver morando com sua mãe, vai ter de respeitar os posicionamentos dela, mesmo que você não estejam totalmente certos e você não concorde. Mas, para lidar com isso, você conta com uma grande ajuda, a coisa mais importante de todas!

Você Alguém mais com quem conversar. Alguém que entende perfeitamente sua situação. Alguém que criou meninas e meninos para serem tratados sem discriminação, sem injustiça. Tem Alguém que quer mostrar para você como conviver com essa situação difícil. Esse Alguém é Deus! Ele ama você de paixão e quer ajudá-la em todas as suas dificuldades. Você só precisa conversar com ele e estar disposta a fazer o que ele mostrar. Se você ainda não tem o costume de falar com Deus de um jeito bem pessoal, veja este post: http://depapocomasu.blog.br/deus/2018/01/a-coisa-mais-importante-que-voce-precisa-saber/

Ele pode lhe dar paciência e calma, pode tranquilizar você no meio dessas circunstâncias complicadas e pode até mudar o coração de sua mãe e de seu irmão para que vocês tenham um relacionamento mais justo e equilibrado (Deus se importa imensamente com questões de justiça!).

Fale com ele. Conte o que está acontecendo. Peça ajuda. E fique atenta para as respostas que ele certamente vai lhe dar!

Até a próxima!

Kisses,

Su