Hello, C.! Se serve de consolo, muitos dos sentimentos que você tem são normais nessa etapa da nossa vida. Para começar, queria convidar você a pensar um pouco mais sobre essa transição (esse termo é importante) da infância/adolescência para a vida adulta.
Ouvi alguém dizer certa vez que a gente não é igual mamão, que é só embrulhar em jornal e, no dia seguinte, amanhece maduro, kkk. Nós seres humanos, tão maravilhosamente complexos, crescemos e amadurecemos por meio de longos processos. Durante esses processos, sempre há fases de transição, em que já saímos de uma etapa, mas ainda não entramos totalmente na etapa seguinte. Isso é absolutamente normal.
Tenho a impressão de que você pode ter assimilado algumas ideias muito comuns no mundo ao nosso redor de que a vida adulta é algo que tem um começo definido (tipo, quando a gente completa 20 anos). Mas não existe um botãozinho que “liga” nossa vida adulta e “desliga” nossa adolescência. É algo que acontece aos poucos, muitas vezes sem que a gente perceba. Se você tem a impressão de que sua vida não mudou, de que tudo continua na mesma, não se surpreenda. É porque as mudanças estão acontecendo de forma lenta.
Sem dúvida, é saudável começar a desenvolver novas responsabilidades. E é muito legal que sua mãe incentive você a caminhar por esse processo. Mas isso não significa que você precisa se sentir adulta nesse momento. Eu passei por uma fase muito parecida. Achava essa coisa de ser adulta meio (ou muito!) assustadora – estudos, trabalho, sair sozinha, morar sozinha, formar relacionamentos, aprender a dirigir, pagar contas, etc. E, para dificultar, durante esse período, não contava com nenhum apoio emocional da família. Olhando para trás, porém, vejo que foi um tempo durante o qual Deus cuidou de mim de formas incríveis e conduziu esse processo com muito amor.
Minha sugestão, portanto, é que você tenha paciência consigo mesma. Não fique se cobrando, nem fique “medindo” e avaliando seu amadurecimento. Deixe fluir. Eu tenho bem mais de 20 anos e também tenho preferência por roupas, cabelo, tênis, etc. que costumam ser associados com adolescentes. Mas isso é uma convenção. Quem disse que, depois da idade X a gente precisa vestir roupa tipo X e ter cabelo do jeito X? O importante é que estejamos abertas para aprender e crescer, sem nos apegar desesperadamente à etapa anterior, mas também sem tentar forçar/apressar a etapa seguinte.
Embora, a princípio, o que você descreve não pareça um transtorno psicológico (não sou psicóloga e, mesmo que fosse, não dá para diagnosticar essas coisas só com interações superficiais), pode ser uma ótima ideia conversar com um(a) psicólogo(a). Para mim, fazer terapia foi uma ajuda imeeeensa com essas e outras questões. Talvez nem seja o caso de fazer uma longa terapia, mas apenas de ter algumas boas conversas com alguém que possa acompanhar você mais de perto.
Por fim, saiba que você não está sozinha nesse processo. O Deus que criou você com carinho e ama você de paixão está ao seu lado para sustentar, dirigir e fortalecer você – e também para lhe dar colo e um grande abraço sempre que precisar! Converse com ele. Conte para ele como você está se sentindo e o que a preocupa. Agradeça porque ele cuidando de você nessa transição. Se, por acaso, você ainda não tem costume de falar com Deus de um jeito bem pessoal, como um amigo, veja como começar: http://depapocomasu.blog.br/deus/2018/01/a-coisa-mais-importante-que-voce-precisa-saber/
E fique à vontade para voltar aqui sempre que quiser. Estamos à disposição!
Até a próxima!
Kisses,
Su