Pergunta:

Oi Su, como vc está? Bom, primeiramente, eu tenho acompanhado no twitter pessoas de diversas linhas teológicas. E daí eu acompanho um pastor luterano, o qual eu gosto de boa parte das ideias compartilhadas. Entretanto, muita coisa que ele posta me levou a pensar que, inúmeras coisas que são consideradas pecado, parece que foram simplesmente inventadas pelo homem como forma de manter o poder e agir de forma que lhe convém. Eu cheguei nesse pensamento porque vi ele criticando o pastoreio feminino, criticando que mulheres não deveriam ser pastoras e tal. Não sei como funciona essa questão para vc, mas bom, eu cresci vendo minha mãe pregar e ser professora de jovens na escola bíblica, e fora inúmeras outras mulheres, pastoras, pregadoras, todas muito sábias e usadas verdadeiramente por Deus. Mas pra ele, isso é pecado. Daí, ele também super crítica as músicas worships (e eu concordo q algumas não são louvores, mas isso pode acontecer com qualquer música gospel). Pois ele diz que são apenas músicas carregadas de emoções, que não louvam a Deus em nada. Em contrapartida, ele acaba compartilhando por exemplo, o tempo todo ele enfatiza que gosta de beber cachaça e bebidas alcoólicas em geral. E bom, tudo bem, eu sei que em algumas igrejas não é considerado errado. Mas eu acho que pode causar escândalo pra quem ver um pastor postando essas coisas. Ah ele também gosta de enfatizar que não ouve músicas gospel, que ele só ouve rock pesado. E recentemente ele postou críticas a igrejas worship de parede preta. E olha, eu estou em uma, e sei que Deus está lá também. Mas muita gente só sabe julgar esse tipo de igreja. Enfim, aí ele disse que essas igrejas pareciam baladas por conta do louvor e das luzes, que não adoravam a Deus e por aí vai, que não era um ambiente bom sabe. E ai depois ele disse que não ve nenhum problema do jovem cristão frequentar baladas “seculares”! E aí eu fiquei sem entender, primeiro ele crítica uma igreja por ter luz colorida e depois diz que tudo bem um jovem cristão ir na balada?? E eu achei isso um absurdo, porque uma igreja continua sendo um local de adoração, mesmo com luz colorida. Ai ele crítica igreja e “libera” a balada?? Tipo um ambiente que não convém a um cristão estar né, só tem bebida, drogas, pegação e músicas com letras muito pesadas. Enfim, eu achei contraditório. Obviamente não respondi, pois entendo que cada pessoa tem seu jeito de pensar. Mas essas coisas me levam a refletir que pra os homens, nada é pecado quando é algo que ele gosta de fazer. E na maioria das vezes, sempre existe pecado quando eles têm interesse em oprimir as mulheres. L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Tudo ok por aqui 🙂

Quanto a essa situação que você apresentou, sou da opinião de que é mais saudável nos desenvolvermos princípios e fundamentos do que passarmos tempo categorizando (ou vendo outros categorizarem) tudo como pecado/não pecado. A vida com Deus é, acima de tudo, relacionamento pessoal e em comunidade, e não um simples conjunto de crenças teológicas e comportamentos aceitáveis ou não. Quando pensamos em nossa caminha cristã como relacionamento, há espaço, liberdade, flexibilidade. O que é permitido para um, talvez não seja adequado para outro. O que é apropriado em determinado lugar e momento, talvez não seja em outro lugar e outro momento. O referencial é o que promove um relacionamento de amor com Deus e o que reflete amor pelos outros. A bebida alcoólica é um bom exemplo. Se uma pessoa vem de um contexto de alcoolismo e/ou tem tendência a essa doença, pode ser mais prudente não beber. Se outra pessoa tem associações positivas de almoço em família com vinho, etc. e sabe beber com moderação, essa pode ser uma forma de comunhão e alegria para ela.

A melhor maneira de estabelecer princípios para nós mesmos (e deixar quieto o que outros acham ou deixam de achar) é dedicar tempo a estudar a Bíblia em profundidade e buscar a Deus continuamente em oração. Claro que podemos (e devemos!) estudar teologia, investigar diversas perspectivas e abordagens e estar abertos para novas ideias. No entanto, a base tem que ser nosso relacionamento com Deus, e não as mil leituras que fazemos e opiniões que ouvimos.

E, quanto a questões de papéis de gênero em vários âmbitos, prefiro a perspectiva igualitarista, pois, a meu ver, é a que corresponde de modo mais próximo àquilo que vejo na Bíblia como um todo (e não em passagens isoladas e sem contexto). Para saber mais, veja este site que eu acho bem legal:

https://www.cbeinternational.org/ (na janela no alto da página, à direita, onde diz Select Language, escolha Portuguese)

Até a próxima!

Kisses,

Su

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