Hello, D.! Que bom que as coisas estão um pouco mais tranquilas dentro de você. E parabéns por sua sábia decisão de se manter afastada das redes sociais pelo menos até os sentimentos se aquietarem. É natural que esses sentimentos ainda batam à sua porta, mas não significa que você precisa convidá-los para entrar, tomar café e bater papo, né? kkk.
Estava pensando no exercício mental que você descreveu (de vez em quando eu faço a mesma coisa). A meu ver, pode até ser interessante de forma ocasional, mas não deve ser usado como referência. Como você mesma falou, os sentimentos variam, e a gente não pode se firmar em coisas que oscilam demais. Por vezes, a gente percorre longos trechos da jornada sem ter certeza absoluta se está no caminho certo. A gente confia no Deus que controla o processo e descansa nele (em vez de querer ficar aferindo e avaliando o processo o tempo todo). E, como Deus conhece todas as nossas necessidades, quando a gente realmente precisa de uma indicação que está no rumo certo, ele a fornece. Por isso, a gente não precisa viver na ansiedade.
Por fim, quanto ao perdão, vou lhe dizer como penso a esse respeito e o que me leva a considerar que é saudável perdoar até mesmo quem não pede perdão.
A meu ver, quando alguém nos magoa, nos ofende, nos faz mal, etc., é como se, aos nossos olhos, essa pessoa se tornasse nossa devedora. Ela nos devia respeito e não pagou. Ela nos devia afeto e não pagou. Ela nos devia compaixão e não pagou. E assim por diante. Temos duas opções: manter o registro dessa dívida para que ela volte à memória sempre que algo acontecer. Ou, apagar esse registro, como se a dívida tivesse sido quitada. O exemplo fundamental de alguém que pagou nossa dívida mesmo antes de a gente existir é Jesus. Ele nos perdoou muito antes de pedirmos. Quando pedimos e aceitamos seu perdão, as coisas mudam porque se torna possível nos relacionarmos com Deus, pois tomamos consciência de nossa necessidade de perdão e o aceitamos. E, pela ação do Espírito, passamos a viver de forma diferente.
Quando alguém nos ofende e escolhemos perdoar mesmo que a pessoa não peça, começamos a agir como se essa dívida não tivesse sido feita. Não cobramos da pessoa. Não a tratamos como “caloteira”, kkk. Se a pessoa entender a necessidade de ser perdoada, pedir e aceitar nosso perdão e passar a agir de forma diferente, existe a possibilidade de continuidade/restauração do relacionamento. É o que acontece inúmeras vezes por semana (ou até por dia!) em nossas interações mais próximas. Agora, se a pessoa não acha que está em dívida, não pede perdão e não muda de atitude, não há como nos relacionarmos devidamente com ela. Embora o “balanço geral das contas” esteja em dia (ela não deve nada mais para nós), não há como restaurar o relacionamento sem reconhecimento do erro. É o caso, por exemplo, de cônjuges que cometem abuso e se recusam a mudar. Quem sofre o abuso faz bem em perdoar, mas não tem como conviver.
Como tantas outras questões, o
perdão é um assunto complexo, cheio de ramificações, mas esse é o resumo da
ópera. Reflita sobre isso e diga o que você pensa 🙂
Que o Senhor conduzir você ternamente em seu processo, mesmo que você enxergue
apenas o trecho que está bem debaixo do seus pés. Ele é Luz para nosso caminho
– um passo de cada vez.
Kisses,
Su