Pergunta:

Oi Su! Bem lembrado: o senhor dá o sol e a chuva tanto aos justos como aos injustos, e não devemos tratar diferente alguém só porque não é cristão. Mas também não é possível tratar todos igual independente da religião, por exemplo, não podemos tratar adolescentes como adultos, pois o modo “diferente” tem a ver com a disciplina que temos a obrigação de dar. Essa questão dá muita conversa na minha família, pois temos muitos casos aqui, ora uma criança que foi adotada e depois fica rebelde, ora uma adolescente que faltou em honrar os pais e foi para a outra casa. Eu tenho uma prima que possui uma casa bem grande e recebe essas mocinhas, mas ela as trata diferente. Eu reconheço que ela é boa em disciplinar, mas acho que falha em reaproximar da religião. Por exemplo, não vejo ela convidando para rezar ou para ir na igreja, mas talvez eu esteja sendo injusta, pois não adianta querer forçar quem não quer se aproximar de Deus, ou talvez não tenha chegado o momento certo para isso. Ela trata “quase igual” aos filhos, mas tem algumas diferenças pequenas mas bem marcantes, por exemplo, elas têm algumas obrigações (serviços) que os filhos não têm, e a disciplina também é diferente. Em alguns casos elas estão sujeitas à disciplina física, enquanto os filhos são só privados de objetos e passeios, sei que esse é outro ponto polêmico e eu também não gosto da disciplina física, mas também não sou radical a ponto de achar que é crime de cadeia, melhor usar a sabedoria e o bom senso. Talvez seja o caso de se aplicar aquela proposta: “Tratai os bons com bondade e os maus com justiça”, é de Confúcio, mas eu acho que tem fundamento na palavra de Deus. O que você acha? Que a graça do senhor esteja contigo! I.

Resposta da Sú:

Hello, I.! De fato, essas questões são complexas, e é óbvio que existem maneiras adequadas de tratar pessoas de faixas etárias diferentes. A meu ver, porém, isso não se aplica a pessoas de crenças diferentes. Afinal, a legislação de nosso país proíbe toda forma de discriminação religiosa – ou seja, não posso tratar alguém de maneira diferente (por exemplo, castigar com mais severidade) só porque não é da minha religião.

E tem outra coisa importantíssima que a lei do nosso país declara: castigo físico é crime, com penas que vão de medidas socioeducativas até quatro anos de prisão. Está entendendo a seriedade desse assunto? Não é só uma questão de diferentes opiniões. Se a lei diz que não pode, então não pode. Não dá para sair por aí dizendo que somos “da religião” ou “povo de Deus” e, ao mesmo tempo, quebrar uma lei tão básica. Deus nos instrui a obedecer as leis de nosso pais.

E, por fim, se Deus nos tratasse como Confúcio propõe, estaríamos todos perdidos! Afinal, diante de Deus, ninguém é bom. Todos nós pecamos em alguma coisa. E a Bíblia diz que o castigo justo pelo pecado é a morte (Romanos 3.23; 6.23). Se Deus fosse nos tratar com justiça, todos estaríamos condenados à morte eterna. Mas, Deus não é Confúcio (que bom!). Deus é cheio de graça, misericórdia e bondade. Por isso, ele enviou Jesus, que não tinha nenhum pecado, para morrer em nosso lugar, para tomar sobre si o castigo que nós merecíamos. Quer injustiça maior do que essa? Mas esse foi o presente de Deus para nós. E, quando aceitamos esse presente, não estamos mais em dívida com Deus. Ele olha para nós e vê não os nossos pecados (que foram apagados), mas o que Cristo fez por nós. Ele olha para nós com amor.

O mais fundamental de entender é que Deus oferece toda essa bondade para nós antes de sermos bons e para nos tornar bons. Romanos 5.8 diz que “Deus nos prova seu grande amor por nós ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores”. Para mim, não poderia ser mais claro.

Se Deus, que é Deus, nos trata dessa forma, que direito nós temos de tratar outros de forma diferente?

Em minha opinião essas são as coisas que devem servir de base para qualquer conversa sobre disciplina, relacionamentos e como devemos tratar qualquer pessoa.

Que o Senhor nos dê sabedoria e forças para sermos cada vez mais parecidas com ele!

Paz de Cristo para você e até a próxima 🙂

Kisses,

Su

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