Hello, D.! Bem-vinda de volta 🙂
Primeiro as respostas para suas duas perguntas:
1. Lamento informar, mas nunca fui romântica (embora às vezes goste de ler livros românticos antigos, tipo Jane Austem, kkk). Apaixonei-me algumas vezes, mas nunca fantasiei muito um relacionamento maravilhoso. Não tinha nenhum sonho e nenhum plano de me casar. Vim de uma família suuuper bagunçada, com exemplos muito negativos de casamento, e não queria nada desse drama para mim.
2. Maaaaas, Deus tinha planos bem diferentes e, de uma longa amizade, nasceu inesperadamente um compromisso para o resto da vida do qual não me arrependo nem um pouco. Quando essa amizade foi ganhando novos contornos, eu me lembro de conversar com Deus e dizer algo do tipo: “Olha, eu acho que ele é um cara legal, e eu até pensaria em me casar com ele, mas se for para ser igual meus pais, me mostre logo, e de um jeito bem claro, porque aí eu acabo com isso tudo rapidinho”. E, por meio da forma que as coisas se encaminharam, Deus mostrou aos poucos que eu não precisava sair correndo, que não precisava ter medo, que podia confiar e assumir um compromisso. Portanto, para mim, foi mais uma questão de confiança em Deus (e no caráter de meu futuro marido) e de decisão do que descobrir que eu “estava amando”. E, depois de um zilhão de anos, em meio a muitas idas e vindas de paixão, não enjoei nem um pouco de estar com a mesma pessoa. Aliás, aconteceu o oposto: com o passar do tempo, aumentou o apego e a amizade (a base que se mantém depois que passa a paixão inicial).
Agora vamos às questões que você colocou. Para começar, em minha opinião, pelo menos uma parte do que você descreve pode ser relacionada ao fato de você ser bastante introspectiva, passar um bocado de tempo dentro de seu universo interior, analisando detalhadamente como estão as coisas ali. Além disso, você parece ser bastante imaginativa (uma excelente qualidade para escrever livros, roteiros, etc.!) e, portanto, é natural que exista sempre alguma “história” ou “cenário” em seus pensamentos. Como você mesma disse, talvez não seja nem paixão, mas um conjunto de ideias que ficam flutuando em sua mente e, quanto mais você tenta brigar com elas, mais elas “fazem birra” e se recusam a ir embora.
A meu ver, procurar aceitar a presença desses pensamentos e sentimentos (e aceitar a dor e o desconforto que talvez eles causem) sem condená-los e sem analisá-los demais é uma boa abordagem, que merece outras tentativas.
Além disso, se esses pensamentos se tornarem intrusivos, obsessivos e verdadeiramente incômodos, pode ser proveitoso você conversar com ume psicologue (estou treinando, kkk) para desenvolver novas ferramentas para lidar com eles.
Quanto ao medo de que você vai passar o resto de sua vida apegada a um menino só, você já leu este post? https://depapocomasu.blog.br/relacionamentos/2018/02/por-que-deus-nao-tira-esse-sentimento-de-meu-coracao/
Por fim, tenha paciência consigo mesma e peça ajuda do Espírito para aceitar
sua realidade interior presente sem se atormentar com coisas do passado e nem
ficar ansiosa com coisas do futuro (os princípios de mindfulness e meditação
cristã são muuuuito úteis nesse aspecto). Os medos que você expressa são
naturais, mas você não precisa viver em função deles, e eles não são empecilho
para, um dia, você desenvolver um relacionamento de compromisso para o resto da
vida.
Que Deus nos ensine (também preciso continuar a aprender essa lição) a acolher
nossos pensamentos e sentimentos, confiando que ele vai trabalhar em nós no
tempo dele, com muita delicadeza.
Até a próxima!
Kisses,
Su