Hello, D.! Quando comentei esses dias aqui no blog que não conversamos sobre política, na verdade não fui muito clara. Minha intenção era dizer que não falamos sobre candidatos e partidos, pois esses temas geram discussões inúteis. Os conceitos ligados à política, à nossa cidadania e ao que tudo isso tem a ver com nosso relacionamento com Deus são importantes e precisam ser conversados.
A primeira coisa que eu tenho de lhe dizer é que eu não voto. Votei apenas uma vez na vida, para saber como era, rsrs. Minha convicção pessoal diante de Deus é semelhante ao que você expressou: se é para votar no “menos pior” ou “menos corrupto”, ou apenas dar voto útil para tentar garantir que este ou aquele candidato não será eleito, melhor ficar em casa. Como disse, é uma convicção pessoal. Tenho o direito por lei de não votar (desde que lide com as consequências) e usufruo desse direito. Você não deixa de ser cidadã, com outros direitos e deveres, só porque resolveu não votar.
E acredito, sim, que Deus fala a cada cristão de forma diferente – não sobre candidatos ou partidos específicos, mas sobre como participar direta ou indiretamente do processo democrático. Deixar de votar não é ser antidemocrático. A meu ver, o que é contrário à verdadeira democracia é continuar votando em pessoas que não são dignas de um cargo de governo.
Assim como Deus tem um lugar diferente para cada um de nós dentro da sociedade no que diz respeito a vocação profissional, contribuição cultural e auxílio social, acredito que ele também pode ter planos diferentes para cada cristão dentro do âmbito político. Se você não consegue votar em alguém com a consciência tranquila, não vote. Entenda, contudo, que isso é entre você e Deus – e mais ninguém. Talvez outro cristão seja capaz de votar com boa consciência. O mais importante de lembrarmos, no fim das contas, é que nada acontece sem a permissão de Deus. Nada foge da soberania dele. Se candidato X ou Y for eleito, é porque Deus permitiu. Não significa, porém, que aquele é um candidato “escolhido por Deus”. Existe uma grande diferença aí. Deus tem dois tipos de vontade: diretiva (quando ele intervém ativamente e faz com que algo aconteça) e permissiva (quando ele simplesmente deixa que algo aconteça, mesmo que não seja o ideal dele).
A meu ver, nossas “democracias” fugiram do ideal de Deus faz muuuuito tempo. O mundo está caminhando para uma desintegração, como a Bíblia nos mostra. A pergunta é o que nós cristãos podemos fazer como indivíduos e como comunidade para amenizar o sofrimento, trazer algum conforto e, principalmente, apresentar a esperança de vida eterna. Para alguns cristãos, talvez esse trabalho passe pela política. Para outros, talvez fiquem bem longe dela. Em vez de esperar que o governo nos dê escolas, hospitais, etc., talvez nós cristãos devamos trabalhar juntos com mais afinco para oferecer essas coisas a nossas comunidades. Ando estudando uma ideia chamada “Opção Beneditina”. Pesquise online. No Brasil é mais ligada aos católicos, mas em outras partes do mundo tem muitos adeptos protestantes também.
Votando ou não, uma coisa podemos e devemos fazer: orar por nosso país, clamando pela misericórdia de Deus sobre todos nós, para que ele nos sustente até a volta de Cristo.
Bom domingo de votação para você também!
Kisses,
Su