Hello, G.! Que bom receber seu desabafo e ver que você está questionando algumas coisas importantes. Posso lhe dizer por experiência própria que, muitas vezes, é no meio desses questionamentos que a gente descobre quem Deus é de verdade, sem a bagunça toda que a religião vazia causa em nossa mente.

Primeiro, é importante entender que existe muita coisa no movimento “evangélico” no Brasil que não tem nada a ver com cristianismo verdadeiro. A religiosidade baseada exclusivamente em comportamentos, costumes, intolerância, condenação e outras coisas mais é o que deixa espaço para esses absurdos que você menciona. Só porque uma pessoa se diz “evangélica”, não significa que ela tem um compromisso verdadeiro com Cristo, que ela entendeu que a salvação é só pela graça. Só porque alguém frequenta igreja, não significa que tem o Espírito Santo trabalhando em sua vida. Isso explica, em certa medida, as contradições todas que nós vemos tanto em grande escala como em atitudes individuais.

Segundo, para encontrar a saída desse “cipoal”, precisamos voltar à fonte – falar diretamente com Deus e ler na Bíblia o que ele tem a dizer para nós. Existem vários motivos históricos, textuais, técnicos (e não apenas religiosos ou espirituais) pelos quais a Bíblia é confiável naquilo que ela nos diz a respeito de Deus e de como devemos viver. Isso significa que, se você quer ter contato verdadeiro com Deus, vale muuuuito a pena ler o que ele diz para você. Meu conselho é que você coloque de lado por um tempo tudo o que se apresentou para você como “igreja” ou “evangelho”. Aperte o botão de pausa em tudo isso. E, então, com a mente aberta, com atitude de curiosidade e investigação, releia os Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João), quem sabe, começando por João e, de preferência, em uma versão da Bíblia com linguagem atual (NTLH, NVT, NIV, A Mensagem). Jesus é a imagem exata de Deus, ou seja, se você prestar atenção no que Jesus faz, diz, como se relaciona com as pessoas, você vai descobrir a verdade sobre Deus. Ao ler, diga para Deus: “É o seguinte. Não sei se você existe ou não. E estou cansada e indignada com as coisas que as pessoas fazem em nome da fé. Por favor, mostre-me a verdade”. Desafio você a fazer isso e ver o que acontece.

Terceiro, só porque existe um grande número de “evangélicos fake” por aí, não significa que tudo é fake. Eu compartilho das suas colocações sobre a intolerância e a hipocrisia de alguns. Ao mesmo tempo, conheço verdadeiros cristãos, pessoas íntegras, honradas, dedicadas, que mostram o que significa viver no mundo de forma semelhante a Cristo. Meu segundo desafio é para que você peça a Deus: “Por favor, coloque em minha vida cristãos de verdade, que me ajudem a entender o que é ter um relacionamento com você”. E, então, fique de olhos bem abertos, porque esse é um pedido que Deus responde de formas surpreendentes.

Por fim, minha amiga, não tenha medo de expressar muito honestamente para Deus todos esses questionamentos e essas contradições que você vê. Se houver raiva dentro de você expresse isso também. Se houver incredulidade, cansaço, qualquer outro sentimento, fale para ele. Se Deus não existe, não vai fazer diferença nenhuma. Agora se ele existe (como eu lhe garanto que é o caso!), esse pode ser o ponto de partida para você vê-lo com clareza, entender o amor dele por você, receber sabedoria, graça e tudo que você precisa para ter um relacionamento genuíno com ele.

Muitas das coisas que você colocou são bastante complexas e precisam ser tratadas de modo mais demorado. Se quiser continuar a conversa, portanto, é só passar aqui novamente.

Estou à disposição, e pedindo a Deus que ele se mostre para você com absoluta nitidez, acima e além dessa confusão toda de falsa religiosidade e outros bichos 🙂

Até a próxima!

Kisses,

Su