Pergunta:

Hello su. Olha eu de novo. Você não se enjoa de mim? kkkk Então su, qual a direção quando os pais não deixam a filha namorar por motivos preconceituosos, racistas. Como racismo com pessoas negras, ou com condições financeiras inferiores a da familia? Quando os pais são casados, mas o pai permite a filha namorar, mas a mãe não, ou vice-versa? E quando a familia é tóxica, e/proibe os filhos de tudo. Exemplo: No caso das meninas, não poder se maquiar, depilar, usar calças, ouvir músicas do gosto dela, mesmo que não sejam contra os padrões de Deus, não assistir filmes, não sair com amigos nem mesmo para tomar sorvete. Os pais podem obrigar filhos a seguir a igreja, religião deles? Sei que enquanto estiverem sobre tutela dos pais, devem obedecer, desde que não haja abusos de qualquer tipo e para evitar conflitos maiores. Mas quando pais passam dos limites e não deixa nem mesmo os filhores lerem livros de vários gêneros? Por exemplo, se os pais não gostam que os filhos escutem músicas seculares, mas os filhos ouvem longe deles, na escola, no intervalo, com os amigos, é desobediência, no sentido de desonra aos pais? E quando o filho não gosta de mentir, mas os pais fazem o filho mentir, por exemplo, para dizer para as visitas, que os pais não estão em casa, ou quando telefonam? E se a consequecência de falar a verdade, for maior do que mentir, tipo apanhar dos pais? Se bem que se existe essa dinâmica na família, é caso de buscar ajuda dos professores, orientadores e em casos, graves da polícia. E quando os pais falam, que se o filho quiser denunciar ou ir embora, pode ir, mas não vai poder levar as roupas, pois foi eles que compraram? Esse não é meu caso, felizmente. Mas já vi caso de pais falarem que é obrigação dos filhos obedecer, jogam na cara as coisas e diz que tudo que ele tem e usa são com o dinheiro deles. Outro contexto: Como os pais devem reagir com filhos desobedientes, mesmo que eles sejam pais amorosos, disciplinam desde pequenos e os filhos são mal educados, respondãos e quando o pai diz que fai tudo para o filho, o mesmo responde, que ele não faz mais que a obrigação dele até os 18 anos. Eu penso assim, se eu tivesse filhos e eles dissessem isso, isso partiria meu coração, mas eu iria pedir a Deus estratégias, disciplinas criativas para corrigir eles. Meu dever seria de dar alimentação, roupas, remédios e educação, mas não de luxos, como cosméticos, roupas de marca, acessórios caros. Eu iria tirar deles por um determinado tempo as roupas que eles mais gostassem, tiraria os cosméticos, como maquiagem e perfumes no caso das moças e só deixaria o básico, sabonete e desodorante. Tiraria alguns brinquedos, no caso das crianças e trancaria em algum lugar. E óbvio iria orar muito para Deus ajudar corrigir, ensinar meus filhos. Desde, já obrigada. L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Você traz vários cenários diferentes, e não temos como tratar de cada um de forma individual. Mesmo porque a gente precisa levar em conta idade e nível de maturidade dos filhos, a situação emocional/mental dos pais e mais uma porção de coisas.

Existem, porém, alguns princípios para nortear essas interações em família.

1 – Honrar os pais não significa fazer tudo o que eles querem, especialmente se são coisas que vão contra instruções de Deus. É preciso muita sabedoria, bom senso e jogo de cintura para lidar com essas situações. Por exemplo, alguém chega na sua casa e sua mãe manda dizer que ela não está. Em vez de mentir, você pode dizer: “Minha mãe não tem como atender no momento”.

Sei de alguém que frequentou centro espírita com a mãe, mesmo sabendo que aquilo não era o caminho certo. A pessoa ia só “de corpo presente”, para evitar conflitos. Assim que possível, contudo, essa pessoa deixou de ir ao centro, passou a ir à igreja e saiu de casa para morar sozinha (veja o item 3 abaixo).

2 – Em casos extremamente restritivos, é preciso trazer uma pessoa de fora para mediar a situação. Como você mesma falou, pode ser necessário chamar um terapeuta, professor, parente, alguém da igreja, enfim, alguém que ajude o filho a lidar com os excessos dos pais. Em casos de abuso emocional ou físico, também é preciso trazer as autoridades pertinentes para dentro da situação.

3 – Quando possível, filhos que vivem nessa realidade e não veem perspectiva de alteração devem começar um planejamento para buscar autonomia e sair de casa assim que alcançarem a maioridade. Essa liberdade tem um preço: ter de se sustentar, ter menos confortos, precisar cuidar de si mesmo, etc. Mas às vezes é a melhor saída para evitar conflitos incessantes. Lembra-se do que falamos sempre aqui sobre “distância respeitosa”?

4 – Não existe uma fórmula. A pessoa que está sofrendo tem de pedir ajuda de Deus para buscar auxílios e apoios externos, sabendo que Deus ouvirá e atenderá, o que não significa que tudo se resolverá de imediato. O importante é que filhos nessas circunstâncias difíceis caminhem em direção a um convívio melhor ou a um distanciamento, mesmo que leve tempo.

5 – Quanto a educação de filhos, confesso que não é minha praia, pois não tenho filhos – e você mesma já propôs algumas ideias 🙂  A meu ver, aplica-se o mesmo princípio acima. Pais que não estão conseguindo lidar com a desobediência dos filhos devem procurar ajuda externa de psicólogo, conselheiro, alguma pessoa mais experiente que possa orientá-los. Cada caso é um caso, e precisa ser tratado de forma individual, com muita oração, sabedoria e confiança no poder de Deus para mostrar recursos e auxílios.

Até a próxima!

Kisses,

Su

P.S.: Você já leu nossos posts sobre essas questões de relacionamento com os pais?

Dê uma espiada aqui:

http://depapocomasu.blog.br/relacionamentos/2018/03/o-que-significa-honra-os-pais/
https://depapocomasu.blog.br/mix/2018/02/faq-3-meus-pais-nao-me-deixam-fazer-nada-como-convence-los-a-dar-mais-liberdade/