Hello, L.! Graça e paz! Que coisa boa saber que Deus tem ajudado você a passar tempo com ele todos os dias. Esse é um presente e tanto que ele nos dá! Continue a pedir forças dele para consolidar essa rotina 🙂
Quanto à questão do choro, minha opinião é que nossa cultura tem algumas expectativas a esse respeito que nem sempre correspondem à realidade. De modo geral (óbvio que existem muitas exceções), somos um povo emotivo, ou seja, operamos muito com base nas emoções e, em muitos casos, existe a expectativa de que tenhamos emoções intensas e as expressemos de forma intensa.
Mas onde está escrito que precisa ser desse
modo? Às vezes simplesmente não temos afeição por alguém, mesmo que seja uma
pessoa próxima de nós. Afeição é algo cultivado, que exige esforço de ambas as
partes. Não adianta forçar a emoção ou sentir-se culpada porque ela não está
presente.
Se você não tem grande afeição e intimidade com alguém (mesmo que tenha um convívio
próximo), por que se desmanchar em lágrimas com o falecimento da pessoa? E,
mesmo que uma perda nos deixe profundamente entristecidos, quem disse que isso
precisa, obrigatoriamente, se traduzir em choro? E quantos mililitros de lágrimas
são suficientes? Rsrs. Conheço pessoas extremamente sensíveis, compassivas e amáveis
que quase não choram. E, em outras culturas, o choro não ocupa um espaço tão
grande quanto aqui.
O que complica as coisas é tentar chorar para preencher as expectativas de outros. E também, por vezes, reprimir o choro quando deveríamos deixar que ele viesse. Com o tempo, isso pode desregular as expressões emotivas. Concordo com sua observação de que a ordem para “engolir o choro” na infância pode ter efeitos mais tarde. Mas, não considero que essa seja a questão central.
Você disse que tem vontade de gritar/chorar em lugares inconvenientes. Já refletiu sobre os sentimentos por trás dessa vontade? Raiva? Frustração? Tristeza? Saudade? Indignação? Autopiedade? Compaixão por outros? Em minha opinião, pode ser mais produtivo focalizar as emoções em si, e não apenas a forma de expressão.
Quanto a avaliação de temperamentos, ela pode dar uma ideia de geral de algumas coisas, mas nunca é saudável nos colocarmos (ou colocarmos outros) dentro de caixinhas fechadas. Lembra-se do que conversamos sobre testes? É a mesma coisa. Somos complexos demais para ser categorizados desse modo. Pode ser útil você saber que tem características mais sanguíneas, mas isso não define, de maneira nenhuma, suas identidades e suas ações. Portanto, não se prenda demais a essa questão, ok?
E, quando você não puder sair fisicamente de uma crise (tipo, se sua mãe começa a falar um monte de coisas em um momento de raiva e você não puder sair da sala), então saia mentalmente/emocionalmente. Enquanto ela fala, escolha um ponto na sala e fixe o olhar nele. Ore em pensamento, pedindo que Deus acalme sua mãe, recite um versículo, pense em um lugar tranquilo. Quando ela terminar, diga que você prefere continuar a conversa quando todos estiverem mais calmos. Ou, simplesmente fique em silêncio.
Por fim, quanto à outra mensagem que você enviou esta semana, infelizmente não posso publicá-la, por uma questão de política do blog. Sei que você dedicou tempo e esforço para resumir os conselhos. Todos eles são bem pertinentes, e acho muito louvável você pensar nas meninas mais jovens que estão passando por uma porção de desafios. Contudo, o espaço das perguntas é reservado para… perguntas (kkk) e ocasionais desabafos. Quem sabe não é hora de você começar um blog também? Ou, de repente, seria bem legal publicar os conselhos que você enviou em suas redes sociais, ou fazer um vídeo a esse respeito. Pense nisso!
Em resposta à pergunta que você fez sobre gostar de menstruar, mesmo que seja forte e cause desconfortos, sim, isso é normal. Algumas meninas e mulheres sentem que a menstruação é uma afirmação de sua feminilidade e uma lembrança de sua fertilidade. Para outras, é algo neutro, tipo tanto faz. E, para outras ainda, pode trazer sofrimento e estresse, ou simplesmente parecer uma chatice. O importante é respeitarmos essas diferenças, sem exigir que outros encarem o ciclo menstrual (ou qualquer outra coisa) da mesma forma que nós.
Por hoje é “só”, kkk.
Bom fim de semana e até a próxima!
Kisses,
Su