A paz do Senhor, L.! Estava refletindo sobre o que você escreveu e creio que é importante entender que nem tudo é preto ou branco, maravilhoso ou horrível. Existem muitos pontos intermediários entre os extremos.
Acredito que, quando há maturidade e profundo respeito de ambas as partes, é possível você ter um bom relacionamento com uma pessoa cujas convicções pessoais (de fé inclusive) são diferentes das suas. Vocês podem conviver amigavelmente, aceitando as diferenças um do outro. Podem até ter um bom casamento. Todo namoro e todo casamento têm conflitos, mesmo que ambos tenham as mesmas prioridades e crenças. Em um compromisso sério com diferenças grandes de convicção, porém, esses conflitos podem ser ainda mais complicados.
Se você realmente leva a sério seu relacionamento com Deus, Ele é sua maior prioridade – agradar a Deus, servir a Deus, crescer no relacionamento com Deus. Você vai definir o uso do seu tempo, dos seus recursos e das suas energias de acordo com aquilo que Deus mostrar. Se seu parceiro estiver totalmente ciente disso (de que ele ocupa o segundo lugar em sua vida) e de que, por vezes, você vai fazer coisas que ele não concorda e que talvez pareçam até absurdas para ele, ok. Você também vai ter que se dispor a tolerar coisas dele que podem ser contrárias a seus valores e sua fé.
Mas e quando for para tomar decisões grandes, algo que vocês precisarão fazer juntos? E quando for para enfrentar crises sérias da vida, algo que vocês também terão de fazer juntos? Você acha que haverá sintonia suficiente entre vocês dois? Sua base para fazer escolhas e enfrentar crises provavelmente será diferente da base dele. É na hora que as coisas apertam que essas diferenças ficam mais claras.
Como eu disse, vocês podem ter um relacionamento bom, mas vai faltar algo muito precioso chamado comunhão de alma. Uma das coisas mais profundas e gostosas de fazer como casal é vivenciar a fé juntos – orar juntos, louvar a Deus juntos, servir a Deus juntos, buscar direção e socorro de Deus juntos. Você precisa ter plena consciência de que você não terá issdo com seu namorado/marido enquanto vocês estiverem seguindo caminhos diferentes. Você precisará trilhar sua jornada com Cristo sozinha.
Se você tem buscado de todo o coração a direção do Senhor para esse namoro (e possível futuro casamento) e se você está em paz, ok. Só esteja bem consciente dessas questões que eu coloquei, e bem atenta para que esse namoro não afaste você de Deus (algo que pode acontecer mesmo quando você namora uma pessoa cristã, aliás).
Continue orando. Continue conversando com seu namorado sobre a prioridade de seu relacionamento com Deus. Procurem imaginar como vocês resolveriam alguns conflitos envolvendo questões de fé e convicção pessoal. E procure entender quais são as crenças dele. Ele é ateu? Acredita em Deus, mas ainda não entregou a vida a Cristo? Assim como é importante você ter clareza sobre suas crenças e seu compromisso com Deus, é importante você ter clareza sobre as crenças dele e sobre os parâmetros que ele usa para tomar decisões.
Resumindo: muita oração, muito diálogo e muita confiança na bondade de Deus 🙂
Até a próxima!
Kisses,
Su