Pergunta:

Resposta da Sú:

Olá, A.! Acho importante esclarecer que, em minha opinião, a sexualidade precoce, fora de contexto, não é um “pecado à parte”, por assim dizer. Se quisermos seguir esse raciocínio de que “infrações praticadas com corpo devem ter consequências no próprio corpo”, vamos cair naquele sistema de castigos que corta fora a mão de ladrões e a língua de mentirosos e que fura o olho de quem contempla alguém com inteções impuras. Em última análise, tudo o que fazemos e que foge do ideal de Deus é praticado com o corpo. Quando um marido grita com a esposa (ou vice-versa) e comete abuso verbal, por exemplo, ele está usando o ar de seus pulmões, que passa pela laringe, é articulado pela língua dentro da boca e percebido pelos ouvidos dele próprio. Ele está expressando ódio em seu rosto, com seus músculos e sua pele, e provavelmente em seus olhos também. Veja que não estou nem falando de violência física explícita, como socos e chutes. E quando a desobediência a Deus ocorre “apenas” em pensamento, é por meio de nosso cérebro que, obviamente, também faz parte do corpo. Em resumo, não existe pecado “incorpóreo”. O que existe é uma série de implicações mais específicas para o corpo. Uma relação sexual sem as devidas proteções pode ter efeitos muito diretos sobre o corpo, como infecções e uma gravidez indesejada. Da mesma forma, entrar em uma briga física pode ter efeitos físicos diretos, de ser ferido pelo seu adversário, por exemplo. A meu ver, em 1Coríntios 6.18, Paulo está dizendo que a imoralidade sexual afeta o corpo de um jeito bastante íntimo que tem implicações para o corpo. Isso não significa que consititui uma categoria à parte. E, portanto, também a meu ver, isso não significa que requer uma categoria à parte de disciplina.

Se o caso virou alvo de falatório, a família deveria estar dizendo para as pessoas ao redor que não é da conta delas. O papel da família é proteger e defender essa menina (não o que ela fez, mas ela como membro da família). Eu entendo que mandá-la para a casa de outra pessoa talvez seja uma forma de proteger também, mas vai depeder do que irá acontecer nessa outra casa. Ela será acolhida, orientada, etc? Ou será humilhada?

Aliás, como está a situação do menino e da família dele? Ele e seus familiares também viraram alvo de falatório? Ele também está dividndo a responsabilidade e as consequências do que aconteceu? Precisará ser enviado para outro lugar a fim de evitar fofoca? Duvido. Cada vez que criamos esse escarcéu todo em volta da menina que perdeu a virgindade e não buscamos discplinar e aconselhar o menino também, só estamos perpetuando uma situação terrivelmente desigual, injusta e muito distante dos propósitos de Deus.

Os únicos exemplos positivos que posso citar (não posso citar detlahes aqui), portanto, são de raras famílias que escolheram disciplinar os filhos (meninas e meninos) sem humilhação e sem violência física e que defenderam o direito deles de ser tratadados com respeito pela igreja e pela sociedade ao redor. Afinal, ter sexo antes da hora não é motivo para tratarmos alguém com menos dignidade, assim como não podemos tratar com menos dignidade alguém que mentiu, roubou, ou fez qualquer outra coisa que foge do ideal de Deus. Conesquências e disciplina, sim. Reduzir a pessoa a menos que imagem e semelhança de Deus, nunca. Quer um exemplo bíblico? Leia João 8.1-11 com muita atenção e veja como Jesus tratou uma pessoa acusada de imoralidade sexual.

Que o Senhor dê muita sabedoria para essa família e para você em interçaões com ela.

Um ótimo final de ano para você, debaixo da graça divina!

Kisses,

Su

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