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Sabia que paixão por alguém que você não conhece é algo tão comum que tem até nome: relação parassocial. E existem até estudos sobre essa relação com figuras do mundo K-pop. Em outras palavras, é algo que acontece. A questão é a gente entender a maneira mais saudável de lidar com isso.
Alguns sentimentos surgem sem aviso. Mas, não é igual influenza, que a gente pega e não pode fazer muita coisa, além de esperar passar. A gente tem, sim, uma medida de controle sobre nosso universo interior, o que pode ser bem útil nessas horas.
Uma boa forma de exercer esse controle é reconhecer os sentimentos (“ok, estou me sentindo intensamente atraída por essa pessoa”), mas não alimentá-los. Nada de ficar fantasiando, sonhando acordada, passando horas vendo conteúdos sobre a pessoa. Aliás, o ideal é cortar todo contato com qualquer coisa que tenha a ver com ela, pelo menos até os sentimentos mais fortes passarem.
Além disso, é importante manter contato com a realidade. Por mais que a gente imagine que, de alguma forma, tem uma ligação especial com a pessoa, a verdade é que ela não faz ideia de que existimos e não vamos ter um relacionamento real com ela em nenhum momento. Qualquer ligação especial que pensamos estar presente é imaginária. E tudo bem, desde que a gente entenda isso claramente e não fique fortalecendo a ilusão.
Por falar em ilusão, as redes sociais com certeza têm um papel importante nas relações parassociais, pois elas criam uma ilusão de intimidade. A gente sabe uma porção de coisas sobre a pessoa, vê mil fotos e vídeos, etc., mas sem que exista um relacionamento pessoal real. É como um holograma, uma miragem. Parece que está lá, mas não está. Quanto mais tempo a gente gasta dentro dessa ilusão (nas redes sociais, nos canais de streaming, etc.), mais real ela parece. Só que ela não satisfaz, pois não é um relacionamento de verdade, com reciprocidade e mutualidade, em que a gente experimenta pessoalmente o que pessoa tem de melhor e também percebe com clareza os muitos defeitos dela. A idealização e idolatria, fortalecidas pelo discurso do grupo (o “efeito manada”, como você disse bem) acontecem exatamente porque a gente não conhece a pessoa de verdade.
Interagir com outras pessoas que têm essa mesma ilusão a fortalece ainda mais. É como se todos estivessem vendo o mesmo holograma e dizendo como ele é maravilhosamente real e perfeito. Só que não é. Se a gente se aprofunda demais nesse universo, acaba perdendo contato com a realidade, o que pode gerar uma série de problemas.
Resumindo: faça um “jejum” de todas as coisas que estão criando e alimentando essa paixão parassocial. É provável que não precise ser para sempre. Um aspecto interessante de muitas relações parassociais é que, um belo dia, dá um “clique” e aí você se pergunta: “O que eu vi de tão incrível nessa pessoa?”.
E, por fim, pense em como estão os outros relacionamentos em sua vida (família & amigos especialmente). Às vezes, a relação parassocial é uma forma de preencher lacunas que a gente nem sabe que estão lá.
Que Deus dê sabedoria e clareza para você lidar com essa questão, amiga.
Até a próxima!
Kisses,
Su