Pergunta:

Oi Su, como vai?
Bom, hoje eu vim pedir para que você me coloque nas suas orações.. E dizer que decidi orar com mais certeza pedindo direção a Deus sobre mudar de igreja. Cada vez mais eu não consigo participar das coisas, por me sentir invisível. Tem uma igreja Batista aqui no meu bairro, não é muito perto da minha casa, mas vou orar pra Deus me guiar sobre a possibilidade de estar indo para lá. Ultimamente têm me ocorrido que talvez minha igreja atual não seja um lugar de permanência pra mim, mas apenas um lugar de passagem. Eu não queria ficar trocando de igreja assim sabe? Mas eu realmente só quero encontrar um lugar onde eu me sinta bem, me sinta parte. As pessoas sempre dizem pra gente não ligar pra essas coisas, que temos que ir por Jesus. E eu realmente vou por Jesus, é por isso que nunca me afasto da igreja, mas sempre considero a possibilidade de procurar uma outra, onde eu posso buscar Jesus, mas também onde eu me sinta parte. É muito doloroso se sentir invisível na igreja, às vezes eu imagino se é coisa da minha cabeça, se tô doida, mas sei que não. Sei que eu realmente não fui incluída pelas pessoas. E sabe eu só quero uma igreja que eu possa participar dos cultos de jovens, de confraternizações, sem me sentir um peixe fora d’água…
Eu sinto na minha igreja como se eu só tivesse utilidade como serva, mas como filha não. E eu gosto de trabalhar na igreja, mas eu queria me sentir filha lá sabe?
Eu tenho um pouco de medo de estar sendo fútil sobre essas questões.. sobre minhas motivações pra mudar. Mas vou orar, pois acredito que eu realmente necessito estar em uma igreja mais saudável, onde eu me sinta parte. L. / Oi Su, eu queria saber o q vc acha dessas igrejas q “absorvem” a cultura judaica, afirmando que é um direcionamento bíblico. Eu não sei se minha forma de pensar está errada, mas eu acho um tanto estranho em alguns pontos. Por exemplo, na minha igreja atual ocorre isso. O cumprimento é “shalom”. Aí o pastor segue o “calendário bíblico” das festas. O que talvez não tenha problema, mas acho que a forma como é abordado sim. Por exemplo, no mês do Purim, eles sempre realizam a “festa do purim” na igreja, passam o mês inteiro apenas pregando sobre Ester (todo ano), e a temática principal é “mudança de sorte”, onde é afirmando que “A atmosfera está propícia para Deus mudar a sorte de todos”. Aí vem o mês de Elul, onde o “rei está no campo”, então é um mês onde “Deus está mais acessível”. E coisas assim. Só que além disso, tbm rolam umas coisas q eu acho q não fazem sentido. Por exemplo, fizeram a “festa dos tabernáculos” e agora a “festa do purim”, mas basicamente foi um dia onde tem venda de comida pra arrecadar dinheiro. Só que teve barraca até vendendo carne de porco, o que é muito irônico se for pensar que é uma festa judaica. Aí tem outras coisa, eu que faço as artes da igreja né, e aí em época de cantata de Natal eu não posso utilizar elementos que remetam a Jesus, por exemplo, uma manjedoura, na arte do banner. Uma vez eu fiz isso, e pediram pra eu mudar, pra não remeter ao “Natal ocidental”. E eu tive então q colocar, dois anos seguidos, um Menorá nas artes de natal, para fazer referência a Festa das Luzes, o Hanukkah.. O que não faz muito sentido pra mim. Sei que Jesus é judeu, mas qual o sentido de colocar elementos do judaísmo, sendo que eles não crêem em Jesus como messias? Ah, aí nesse último Natal o pastor colocou um banner na igreja falando sobre Hanukkah, sobre história e tudo. Mas, por que não colocar algo sobre o verdadeiro significado do Natal?.. E por aí vai sabe. Eu não sei se estou errada, mas não consigo achar isso algo tão certo assim. Queria saber o q vc pensa sobre isso. L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Tudo bem por aqui, graças a Deus! 🙂  Eu tenho orado por você e pedido que o Senhor a dirija para uma igreja mais bíblica. Eu juntei as duas perguntas que você enviou porque, em última análise, aquilo que você descreve em ambas aponta para a mesma questão: uma ausência de verdadeiro evangelho, de conceitos realmente bíblicos do que significa ser igreja.

Como a gente está cansada de falar e ouvir, não existe igreja perfeita, MAS (e esse “mas” é muito importante), existem igrejas que se esforçam realmente para seguir os princípios bíblicos de vida cristão em todos os aspectos. Você apontou para vários aspectos problemáticos nessa comunidade em que você congrega, coisas que visivelmente mostram uma falta de preocupação em seguir aquilo que a Bíblia diz sobre verdadeira comunhão, cuidado uns com os outros no corpo de Cristo, compaixão, e por aí afora. Acrescente-se a isso essas esquisitices todas de “judaizar” a igreja sem fazer uma ponte com o cristianismo (afinal, as festas judaicas todas apontam para Cristo e tudo o que ele ia fazer por seu povo) e você tem um ambiente muito disfuncional, que pode acabar prejudicando aqueles que estão verdadeiramente buscando uma caminhada autêntica com Cristo.

O que você falou em sua primeira mensagem não é frescura sua. É essencial nos sentirmos acolhidos por aqueles com quem nos reunimos para adorar a Deus e aprender. Se não existe um mínimo de acolhimento, um mínimo de preocupação genuína uns com os outros (e não apenas com as funções que eles desempenham na igreja), fica muito difícil ter algo que se pareça com comunhão. É só ler as cartas para igrejas do Novo Testamento e você verá que essas questões não são novas. Estavam presentes desde o começo e precisavam ser tratadas. Se fosse frescura sua querer uma igreja em que você se sente aceita, Paulo não precisaria ter escrito nenhuma das epístolas dele. Portanto, amiga, você tem minhas orações e meu apoio nessa busca por uma comunidade de fé que a receba melhor e que se fundamente mais na Palavra. Que o Senhor fortaleça você, ajude você a transpor as barreiras práticas/logísticas e conduza você a um lugar de adoração genuína e de acolhimento.

E, quanto a esse “judaísmo fake” que sua igreja parece ter adotado, ele não faz nenhum sentido. É ótimo aprendermos sobre as festas de Israel e até incluirmos alguma coisa em nossas celebrações de vez em quando (na nossa igreja, no culto de Páscoa, um judeu explicou para todos significados dos vários elementos da refeição pascal e, depois, associamos isso a elementos do cristianismo e celebramos juntos a ressurreição de Cristo). Agora, querer tirar a manjedoura do Natal (manjedoura é algo histórico, oriental e bíblico), por exemplo, é absolutamente ridículo. As festas e os símbolos judaicos só fazem sentido dentro da igreja como parte (válida e importante, mas incompleta) da história da redenção que se completa em Cristo. Purim, por exemplo, é uma prefiguração da salvação em Cristo. Hanuká aponta para Jesus como luz do mundo, o cordeiro Pascal é vívida imagem do sacrifício de Cristo, e por aí vai. O que sua igreja está fazendo, em minha opinião, é inventar moda onde não tem cabimento. O tempo que a gente tem por semana para adorar e aprender juntos há é curto e precisa ser usado para coisas mais fundamentais.

Permaneça firme em seu propósito de buscar um lugar mais adequada, amiga, e confie que Deus proverá tudo de que você precisa!

Paz de Cristo e até a próxima!

Kisses,

Su

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