Pergunta:

Oi Su, vim “complementar” um pouco umas questões daqueles assuntos anteriores.. peço desculpas se isso for maçante, mas é q me sinto melhor compartilhando essas questões aqui :)..
Bom, primeiro sobre aquela amiga q foi embora.. eu decidi q prefiro não encontrar ela, caso ela venha aqui no bairro.. É só q ela já deu amostras o suficiente de q não houve reciprocidade. Uma coisa q esqueci de comentar, duas na verdade: ela continua saindo com os amigos dela de lá, e postando coisas nos status.. então eu sei q tá tudo bem com ela sabe? Aparentemente ela só não quis mesmo seguir a amizade comigo. E eu confesso q isso me deixa meio incomodada por não saber o motivo concreto disso ter acontecido sabe? Já que não teve briga, discussão etc. Enfim, e uma outra coisa, é que eu fiz aniversário um tempinho atrás, e essa pessoa não me mandou feliz aniversário. Eu havia mandando feliz aniversário pra ela quando ela fez. Mas então, aí eu resolvi fazer um “teste”, e postei no meu status do whatsapp uma mensagem assim “Agradeço a todos que tiraram um tempinho pra me parabenizar pelo meu aniversário! Deus abençoe a todos!”. E deixei esse status privado somente pra ela.. bom, ela visualizou e não disse nada kkkkk então, isso significou algo pra mim, porque ela poderia até ter esquecido. Mas tipo, ela viu o que eu postei e nem mandou um feliz aniversário atrasado. Enfim, eu sei que isso é pouca coisa, mas ao mesmo tempo isso significou algo pra mim. Então eu comecei a aceitar que só eu fui amiga e é isso. Um tempo depois foi quando eu reparei que o whatsapp dela aparece sem foto pra mim (eu suponho que ela tenha excluído meu número). Eu só fico mais triste porque as filhas dela estão crescendo e agora eu nem vou mais ver elas, só nas fotos. Mas fazer o que né, acredito que não tem muito o que fazer. L.

Resposta da Sú:

Hello, L.! Fique tranquila, pois não tem nada de maçante, kkk. Seus relatos ajudam a entender melhor o que talvez esteja acontecendo. Como anteriormente, li todas as mensagens que você enviou e coloque aqui apenas a primeira.

Não sei se você reparou, mas há alguns elementos em comum entre essas duas “amizades” com as quais você está lidando. Você imaginou que essas pessoas quisessem um relacionamento de verdade, daqueles que a gente cultiva, cuida e vê crescer e, pelo jeito, não era o que elas tinham em mente. Você as viu (vê) como amigas, mas não há reciprocidade. Em ambos os casos, parece mais uma questão de conveniência.

Uma coisa que eu observo na cultura brasileira e que talvez esteja pesando nessas interações que você descreve é que a gente aqui é meio apressada para chamar as pessoas de “amigas”. A meu ver, amizade verdadeira um relacionamento sério, de compromisso mútuo e de dedicação mútua. Tenho a impressão de que você pensa da mesma forma, não é mesmo?

Infelizmente, porém, é comum algumas pessoas nos chamarem de “amigas” quando, na verdade, elas querem dizer “colegas”, “vizinhas”, “companheiras de igreja”, etc. Existe uma diferença enorme entre amizade e essas outras formas de relacionamento. Não estou dizendo que é ruim ou inferior ter colegas e companheiros de igreja. Pelo contrário, relacionamentos um pouco mais superficiais são parte importante da vida! Agora, o problema é misturar as coisas.

A meu ver, essas pessoas das quais você fala nos seus relatos são “colegas” e se veem como colegas. Você, em contrapartida, as vê como amigas e tem expectativas em relação a elas de amizade verdadeira e séria. Por favor, entenda que você não está errada de ter essas expectativas. Quando queremos que um relacionamento cresça e se desenvolva, é natural esperarmos que a outra pessoa também se dedique, se abra, seja fiel e constante. Agora, se a outra pessoa não está interessada em cultivar o relacionamento, não vai ter essa reciprocidade.

Tenho, portanto, duas sugestões: (1) Quanto à “amiga” que simplesmente se afastou, sem dar explicações, dê-se o direito de ficar triste. Perder uma pessoa que a gente pensava que era amiga é um luto. A gente precisa chorar essa perda, mesmo que a gente não entenda o motivo. Se realmente for importante compreender o que aconteceu, você tem a opção de confrontar essa pessoa e (com muito jeito, kkk), pedir uma explicação. Duvido, porém, que seja produtivo nesse caso. Ainda assim, é algo para você considerar.

(2) Quanto à menina da igreja, quem sabe você deva mudar o título que você dá para ela dentro de sua mente. Não a chame de amiga. Chame-a de colega de igreja. Alguém que parecia estar se aproximando, mas que, sabe-se lá o motivo, anda um tanto distante. Fique na sua, continue a ser amigável e veja como as coisas se encaminham. Mas não tenha em relação a ela as expectativas que você teria de uma amiga verdadeira. Talvez ela se torna uma amiga algum dia, mas, no momento, ela não é.

Converse bastante com Deus sobre isso e peça ajuda dele para não ficar tentando “ler nas entrelinhas” de tudo o que acontece. Sem dúvida, algumas das coisas que você compartilhou são sinais claros de desinteresse em desenvolver um relacionamento mais profundo (pelo menos no momento). Portanto, com forças e direção do Espírito, busque não se desgastar (nem se desgostar) demais com isso. De novo, é válido você se entristecer, pois você queria algo mais rico, mais profundo e recebeu em troca algo que parece ser superficial e passageiro. Acontece. E, como no primeiro caso, nossas interações com as pessoas mudam ao longo do tempo e, por vezes, nos deixam perplexas. Tenho pessoas em minha que já foram mais próximas, se distanciaram, se aproximaram de nov. E assim vai…

Continue a pedir a Deus por um ou mais relacionamentos profundos, confiando que ele conhece suas reais necessidades nessa área e irá supri-las no tempo e do jeito.

E fique super à vontade para passar aqui e desabafar sempre que quiser 🙂 Com certeza, ajuda a gente poder compartilhar nossas perplexidades!

Até a próxima!

Kisses,

Su