Oi, E.! Você é sempre bem-vinda aqui, amiga! Estava refletindo sobre o que você escreveu e queria lhe propor algumas coisas para pensarmos juntas:
1 – Quanto mais saudável um relacionamento, menos espaço existe para os ciúmes. Geralmente ficamos ciumentas quando nos sentimos inseguras, quando não temos 100% de certeza sobre a afeição da outra pessoa por nós. Ah, e também quando nossa autoestima anda meio baixa. Esse medo que você tem de ser “trocada” por alguém mostra que você não tem certeza absoluta da amizade do Higor por você. É possível que você tenha razão de se sentir assim (se ele já fez algo parecido com outras pessoas, por exemplo), mas isso é sinal de que o relacionamento de vocês ainda precisa amadurecer e se desenvolver. A amizade é como água, se você tentar fechar as mãos para segurar, escapa por entre os dedos. Agora, se você deixar as mãos abertas, consegue mantê-la.
2 – Quando nos apegamos tão fortemente a uma pessoa só, existe o risco de esperarmos que ela preencha todas as nossas necessidades. Essa é uma expectativa irreal, pois ninguém é capaz de atender a todas as nossas carências, por mais naturais e legítimas que elas sejam. Por exemplo, quando sentimos falta de amor da família ou de outros amigos, às vezes concentramos todo nosso desejo de ser amadas e aceitas e um amigo só. E, como é impossível ele nos dar tudo que queremos/precisamos, com certeza vamos nos decepcionar. Olhe para seus outros relacionamentos e analise, com bastante sinceridade, se você não está querendo que o Higor preencha algum “buraco” deixado por outra pessoa.
3 – Quando não temos certeza do nosso próprio valor, quando não nos sentimos seguras da afeição da outra pessoa e quando concentramos todas as nossas expectativas em um relacionamento só, qualquer um que “se meta” nesse relacionamento vai parecer uma ameaça para nós – alguém que pode tirar de nós aquilo que imaginamos ser mais essencial para nossa felicidade. É por isso que você odeia tanto a Rafaela.
4 – O que fazer, então, para sair desse dilema? Para começar, eu concordo com sua amiga quando ela diz que você está dando atenção demais a essa questão. Em minha opinião, você imagina que só poderá ser feliz se as coisas acontecerem do jeito que você acha que devem. Mas isso não é verdade, amiga. No fim das contas, ninguém pode nos dar tudo que queremos e, cedo ou tarde, todos os nossos amigos vão nos decepcionar de alguma forma. E, por vezes, as pessoas vão nos deixar de lado, sim.
Isso significa que precisamos buscar nossa felicidade maior em outro lugar. Eu tenho aprendido aos poucos (ainda tem um longo caminho pela frente, rsrs) que, quando eu busco minha felicidade em Deus, na amizade com ele, no amor que ele tem por mim, eu me sinto bem menos insegura, menos ameaçada e menos ciumenta. Em última análise, só Deus pode nos dar o afeto que a gente procura em outras pessoas. Claro que ter bons amigos é importante e saudável – desde que a gente saiba que nosso maior amigo, aquele que nunca vai nos decepcionar, é Deus. Quando a gente entende isso, começa a enxergar os outros relacionamentos de um modo mais leve, com menos paranoia, e começa a curtir as amizades de um jeito mais saudável.
Portanto, meu conselho é que você converse com Deus, aproxime-se dele, diga para ele o que você busca nas amizades e deixe que ele preencha essas lacunas. Agradeça a Deus pelos bons amigos que você tem (isso é um presentão!) e peça para ele ajudá-la a viver essas amizades de forma equilibrada. Eu lhe garanto que, quando pedimos essas coisas com sinceridade, ele ouve e atende!
E, se quiser continuar a conversa ou falar sobre qualquer outro assunto, é só escrever novamente!
Kisses,
Su