Hello, L.! Tenho conhecimento bastante limitado sobre esse tema. Tanto quanto entendo, Leo Tolstoy foi um dos precursores e Karl Barth inspirou algumas ideias que, depois, o Jacques Ellul desenvolveu em mais detalhes do jeito dele.
A meu ver, de modo um tanto parecido com o socialismo teórico, o anarquismo cristão poderia até ser uma bela ideia — em um mundo ideal, em que todas as pessoas tivessem temor de Deus no coração e vivessem de acordo com as instruções Dele.
Como isso não existe, me parece utópico tentar adotar qualquer linha desse tipo. Assim como a gente já sabe que o egoísmo e a maldade das pessoas nunca permite um socialismo verdadeiramente igualitário, também seria impossível pensar em uma sociedade de pessoas dos mais diversos tipos que funcionasse dentro do anarquismo cristão. Além disso, a meu ver, não existe base bíblica sólida o suficiente para defender o anarquismo cristão exatamente da forma que ele é apresentado pelos seus proponentes. Essa é, porém, uma questão de diferença de interpretação das passagens bíblicas que eles usam.
Ele traz, porém, algumas ideias interessantes, que podemos adaptar e aproveitar. Assim como a social democracia procura aplicar princípios do socialismo a uma sociedade capitalista (o que, aliás, parece funcionar bem em vários países), quem sabe podemos, também, usar princípios do anarquismo que tenham valor. Por exemplo, podemos trabalhar para que relacionamentos em vários âmbitos (inclusive na igreja e na família) sejam cada vez menos hierarquizados e mais colaborativos. Podemos ter como alvo uma vida menos consumista, mais simples, em que tenhamos recursos para dividir com outros. Podemos buscar o pacifismo, o cuidado com a criação, e assim por diante.
Em minha opinião, é extremamente válido investigarmos diferentes ideias e refletirmos sobre o que elas têm de bom e que podemos agregar a nossas práticas. Como diz lá em 1Tessalonicenses 5.21: “Examinem tudo, fiquem com o que é bom”.
Paz de Cristo para seu final de semana!
Kisses,
Su