Hello, J.! Bem-vinda de volta! 🙂
Quanto a sua primeira pergunta, não tenho como avaliar o impacto que essa situação está exercendo sobre sua filha apenas com base no relato de suas impressões. A meu ver, esta é uma ótima oportunidade para reforçar a confiança de que, se você está buscando direção de Deus, ele está conduzindo você.
É verdade que a tristeza pode nos motivar a buscar a Deus, mas não é uma fórmula. Em última análise, quem nos convence dos erros e nos dá arrependimento é o Espírito Santo. Depende da ação dele em nós e, por vezes, de nossa abertura para ela. A tristeza que sua filha parece sentir pode ser sinal de que ela está caindo na real, mas, como lhe disse, não tenho como avaliar isso com precisão. Você a conhece e pode dizer melhor.
Segundo, a meu ver, é importante você mostrar para sua filha que você e a H estão trabalhando em conjunto, em sintonia, pelo bem dela. A casa e as regras podem ser da H, mas, quem tem a última palavra nessa história é você, a mãe. No futuro, quem sabe você poderia dizer algo como “A H e eu resolvemos que…” ou “A H sugeriu e eu concordei que…”. É importantíssimo deixar claro que você (e não a H) é a principal responsável por aquilo que está acontecendo com a M. Sua prima se dispôs a ajudar, mas a “coordenação do plano” é sua. A M precisa saber que todo o tratamento e as disciplinas que ela está recebendo são por instrução (ou, no mínimo, aprovação) sua.
E, por fim, como já mencionei, sou contra qualquer tipo de disciplina física. O simples fato de ser claramente proibida pela lei de nosso país (que não abre exceção para disciplina “leve” ou “moderada”) é, a meu ver, argumento suficiente. Além disso, porém, vejo dois efeitos. Primeiro, meninas adolescentes que são disciplinadas fisicamente (mesmo que com suposta “moderação”, algo meio difícil de medir) concluem, por vezes, que é normal elas receberem agressão física. Mais adiante na vida, elas podem ter dificuldade de entender, por exemplo, que é absolutamente inaceitável qualquer hostilidade física por parte do marido/parceiro, que isso é abuso. Afinal, elas foram treinadas para aceitar que, quando desagradam os outros, elas apanham. Segundo, no outro extremo, por vezes reforça a ideia de que, quando acabaram os outros argumentos, a gente pode recorrer a agressão (mesmo que seja disfarçada de disciplina). Se a adolescente apanha porque os pais não sabem mais o que fazer para refrear os comportamento dela, pode se formar na mente dela a ideia de que é válido bater em outros quando ela não consegue resolver a questão de outra forma. Violência gera violência.
Se, como você disse, tirar o celular e aplicar outras restrições é uma disciplina percebida pelos jovens como mais severa que a punição física, por que escolher a disciplina física, algo que é uma violação da lei/dos direitos do adolescente e que traz riscos sérios de problemas adiante? Só porque algo faz parte de nossa cultura (nacional, familiar ou religiosa), não significa que não deve ser questionado.
Que o Senhor continue a conduzir você com muita clareza e a trabalhar nos lugares mais profundos da vida da M., conforme os bons propósitos dele!
Até a próxima!
Kisses,
Su