Hello, L.! A
questão da transexualidade é extremamente complexa e delicada. Não tem como
tratar dela em uma dúzia de linhas aqui. Ela pode envolver aspectos
psicológicos, físicos, psiquiátricos (como a disforia sexual, por exemplo),
familiares, culturais e mil coisas mais.
Do ponto de vista bíblico, nós temos alguns princípios gerais:
1 – Deus criou dois gêneros: masculino e feminino. Cada um deles reflete aspectos diferentes de quem Deus é. Os primeiros capítulos de Gênesis falam disso.
2 – Deus está pessoal e profundamente envolvido na criação de cada ser humano. É ele quem escolhe o gênero de cada um, para os propósitos e para a glória dele. O salmo 139 fala disso.
3 – O Pecado (a Queda) trouxe uma porção de enfermidades, distorções e disfuncionalidades para nosso mundo – e isso inclui a sexualidade humana e a forma que percebemos nosso gênero e nos identificamos (ou não) com ele. Não estamos falando de pecado pessoal, mas da bagunça que a Queda causou em todas as coisas deste mundo. Ter dificuldade de aceitar o próprio gênero não é, em si mesmo, necessariamente pecado. Assim como não é pecado ter TOC, depressão, TDAH e tantas outras coisas mais.
4 – Quando Cristo nos chama para andar com ele, inicia-se um processo que vai durar até o dia em que nos encontrarmos com ele face a face. Isso significa que aqui na terra ainda teremos de lidar com situações que ficam aquém do ideal. Durante esse processo, sem dúvida o Espírito tratará dessas questões de gênero, no tempo e do jeito dele – e não de acordo com nossas expectativas ou mesmo com nossos padrões.
5 – O que isso vai significar em termos práticos pode variar de uma pessoa para outra. Cada um de nós, sejam quais forem nossas dificuldades e distorções de percepção, precisa de cristãos maduros, sábios e compassivos que caminhem conosco e nos ajudem a entender o que Deus quer de nós em questões específicas. Não adianta generalizar, condenar, taxar de pecado ou escândalo ou indecência ou seja lá o que for. Se Deus chama para si uma pessoa transgênero, devemos crer que ele mostrará que caminho ela precisa seguir, que decisões precisa tomar, que mudanças precisa fazer. E ele providenciará para que essas coisas aconteçam. Se estivermos caminhando com alguém nessa situação, devemos permanecer abertos para a direção divina, em vez de buscar fórmulas e soluções simplistas.
O cristianismo crê
em um Deus absolutamente santo e justo, mas supremamente bondoso, amoroso e
compassivo. Todas as nossas considerações sobre todos os assuntos precisam buscar o equilíbrio entre essas verdades
– e, por isso, para muitas perguntas não existem respostas prontas 🙂
Kisses,
Su