Hello, D.! Espero que tudo esteja indo bem em sua fase de preparativos e provas de final de ano 🙂
Quanto a amizades, cada uma é absolutamente singular, pois é formada de uma combinação de duas pessoas singulares. Embora existam alguns princípios fundamentais para todas as amizades verdadeiras (lealdade, reciprocidade, afeto, compaixão, etc.), cada uma vai ter uma “cara” diferente – e esse é um dos motivos pelos quais ela é tão preciosa. Isso significa que os assuntos vão variar também. Se, por exemplo, dois amigos têm famílias relativamente estáveis e equilibradas, pode ser que esse não seja um assunto tão proeminente. Em contrapartida, dois amigos que são filhos de pais separados, por exemplo, talvez troquem experiências e encontrem consolo em falar sobre questões de família. Felizmente, não existe uma “pauta” para as conversas entre amigos 🙂
E, quanto ao caráter permanente ou não de amizades, precisamos entender que a vida tem movimentos e estações e que amizades verdadeiras podem esfriar e acabar (ou ficar “suspensas” por um período). Embora, a meu ver, esse não seja o ideal, é a realidade. Não significa, porém, que todo o tempo que os amigos passaram juntos foi algo falso, hipócrita. A amizade pode muito bem ter sido verdadeira durante o período em que durou, mas pode chegar ao fim (ou mudar de aspecto) sem anular tudo o que existiu. Lembro-me, por exemplo, de meninas que foram amigas verdadeiras na pré-adolescência e adolescência, mas que, por mudança de escola, fim do ensino médio, mudança de cidade e outras coisas mais, acabaram saindo de minha vida (e vice-versa). Acredito que, em última análise, vamos experimentar dois tipos de amizades verdadeiras: aquelas que são ligadas a momentos de vida e aquelas que são para a vida toda. Minha impressão é de que, à medida que ficamos mais velhos, as amizades “temporárias” diminuem em número e vamos formando um pequeno núcleo de amigos para a vida toda.
Em relação à Bíblia, podemos observar que as coisas menos claras geralmente não são ligadas ao cerne do evangelho, àquilo que é realmente importante, ou seja: a salvação é pela graça por meio da fé em Cristo. Esse é o núcleo. Todo o resto vem abaixo disso, dentro de uma hierarquia de importância, é claro. Naquilo que a Bíblia precisa ser absolutamente inequívoca, ela é. Quanto às outras coisas, muitas vezes elas se complicam porque desejamos ler e entender sozinhas, sem interagir profundamente com o Espírito. Não gosto muito da comparação da Bíblia com um “Manual de Instruções”, pois dá a impressão de que abriremos na página X e, por nossa conta, encontraremos uma resposta prontinha ali, sem sequer precisar falar com o Autor. A leitura da Bíblia não é apenas um exercício intelectual. Ela é relacional. Portanto, o fato de algumas questões darem espaço para tantas interpretações diferentes mostra que Deus projetou sua Palavra para que ela nos leve para mais perto dele, para que fortaleça nossa sujeição a ele e dependência dele. E para que aprendamos a viver em comunidade, ajudando uns aos outros a compreender as partes difíceis e amando e respeitando aqueles que chegam a interpretações diferentes.
A aparente falta de clareza da Bíblia, portanto, é para nos aproximar de Deus e para nos ajudar a amadurecer 🙂
E, um dia desses, podemos conversar sobre outro conjunto de coisas que diz respeito aos aspectos culturais e históricos do texto, à sua transmissão ao longo dos séculos e às diferentes escolhas de tradução na hora de criar uma nova versão da Bíblia. Tudo isso também tem um papel no fato de o texto bíblico ser do jeito que ele é. Ufa!
Por hoje é “só”! kkk
Kisses,
Su