Hello, D.! Tudo tranquilo por aqui, graças a Deus. Fico triste de saber que sua terça-feira foi ruim. Espero que você esteja melhor hoje.
Creio que entendo o que você disse. Essas situações são típicas de quem tem personalidade mais introspectiva e sensível – e também certo nível de perfeccionismo. Teve um tempo em que lutei um bocado com esses sentimentos que você descreve. Às vezes ainda acontece, mas em menor grau e com menos frequência. O que me ajudou bastante foi entender que eu estava fazendo papel de estagiária do Espírito Santo (rsrs). Tipo, tentando avaliar tudo o que estava em meu coração, todas as implicações de uma interação com alguém (especialmente quando essa interação foi negativa, envolveu conflito, crítica ou algo do gênero), todas as minhas motivações, todos os meus pensamentos e todas as implicações disso para minha identidade e meus relacionamentos. Como você disse, parece que se a gente não esmiuçar a situação, não vai entendê-la nem entender a si mesma. É claro que a gente desaba!
Deus não nos criou para nutrirmos dentro de nós esse nível de autoanálise e de avaliação das situações. Para isso, ele mesmo veio morar dentro de nós como Espírito Santo. Não é seu papel descobrir cada detalhe a respeito de si mesma, nem entender plenamente tudo o que aconteceu em determinada interação. Seu “trabalho” nessa história é se jogar nos braços do Espírito e pedir que ele mostre aquilo que você precisa saber neste momento.
Assim como Deus revela a si mesmo para nós aos poucos, ele também mostra gradativamente quem nós somos em Cristo e quais são as coisas importantes em nossas interações com outros. Ele decide a medida de informação que a gente precisa para determinado momento. Ele determina o quanto precisamos saber a respeito de nós mesmas na presente etapa da vida. A paz interior vem, em grande medida, de uma atitude de sujeição a ele, de disposição de aceitar que não entendemos e não sabemos tudo o que queremos saber. Siiiim, eu sei que estou lhe dizendo algo difícil. Mas essa leveza da qual sua mãe lhe falou vem, em boa parte, da prática da rendição a Deus. Quando minha cabeça começa a funcionar demais e de forma improdutiva, minha oração é algo do tipo: “Olha Deus, meus pensamentos e sentimentos estão um caos, eu não sei o que eu preciso entender nessa história. Por favor, me mostre aquilo que eu tenho que saber agora e me ajude a confiar que o Senhor está cuidando do resto”. Eu repito esse pedido sempre que necessário. É uma prática, um processo e um aprendizado. Tenha paciência consigo mesma e confie que o Espírito vai lhe dar o descanso interior que você está precisando – à medida que você pedir ajuda dele para se render a ele 🙂
Profunda e repousante paz de Cristo para você, minha amiga!
Até a próxima!
Kisses,
Su