Hello, D.! Tudo beleza por aqui 🙂
Fique tranquila, pois entendi seus sentimentos em relação a Romanos 13.1-3. Algumas coisas importantes de considerarmos:
1 – Deus é o governante de todo o Universo. Toda a autoridade do mundo pertence a ele. Deus criou a ideia de governo para manter a ordem dentro de um mundo que, no momento, está em condição decaída por causa do pecado. Isso significa que, em última análise, toda autoridade (o poder para governar, e não o governante em si) vem de Deus. Por isso honramos cargos de autoridade, pois eles são ideia de Deus, como também o são o casamento, a família, etc.
2 – Deus não definiu um regime específico de governo para nossos dias (monarquia, presidencialismo, parlamentarismo), mas apenas que deve haver governo. Podemos, portanto, ser contrários ao sistema atual e mesmo aos partidos e ideias dos governantes no poder neste momento.
3 – Existem dois tipos de vontade de Deus: (1) aquilo que é vontade absoluta dele, e que ele cumpre de qualquer jeito, pois é fundamental para a história da humanidade e para a salvação dos eleitos; (2) aquilo que é permissão dele, dentro do conceito de livre-arbítrio (veja o próximo item).
4 – Para que os seres humanos tenham autonomia de decisão, e não sejam apenas robôs ou marionetes, Deus lhes dá espaço para fazer escolhas – inclusive de governantes. Isso significa que Deus permite (vontade tipo 2) que alguns governantes ruins sejam eleitos porque foi isso que uma parcela da população resolveu dentro da sua liberdade de escolha. Foi o caso do rei Saul, em Israel (1Samuel 8 em diante). A vontade absoluta de Deus era que Israel continuasse a ter uma teocracia, mas os israelitas insistiram em ter um rei. Deus permitiu que escolhessem Saul, mas depois colocou no lugar dele um rei que ele próprio escolheu: Davi. Só porque alguém ocupa o poder, contudo, não significa que essa pessoa agrada o coração de Deus.
5 – Romanos 13 está dizendo que devemos nos sujeitar ao fato de que a autoridade em si (não necessariamente governantes individuais) vem de Deus. Não devemos desejar nem promover a ideia de anarquia. Quanto aos indivíduos no poder, todos eles terão de prestar contas de suas ações a Deus. E, como Deus sempre faz justiça (mesmo que demore), podemos ter certeza de que as coisas não vão ficar nesse estado para sempre.
É bom lembrar que, quando Paulo escreveu essas palavras para os cristãos em Roma, eles estavam debaixo de um regime extremamente opressor e injusto (do tipo que literalmente crucificava pessoas que discordavam de suas políticas…). A ideia de respeito, portanto, não era admiração, reverência, concordância – mas de sujeição primeiramente a Deus. Veja o próximo item.
6 – Respeitar os governantes não significa que não podemos expressar insatisfação. Aliás, devemos sempre falar em favor da justiça e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para mudar qualquer estado de opressão – mas de modo pacífico (do contrário, nos tornaremos semelhantes aos opressores, que só sabem usar de violência). Dois exemplos disso são Ghandi e Martin Luther King. Vale se aprofundar na forma como eles se sujeitarem à autoridade, mas não engoliram as injustiças de sua época nem apoiaram as maldades dos governantes.
Portanto, amiga, peça para Deus lhe mostrar que gestos de “resistência pacífica” estão ao seu alcance para lutar corretamente contra as injustiças atuais. Confie que ele lhe mostrará! Deus não está alheio às circunstâncias presentes. Aliás, precisamos pedir que ele tenha misericórdia daqueles que abusam do poder e traga mudança de coração, pois, do contrário, o fim deles será terrível.
Para encerrar esse assunto, peço que você leia o Salmo 73 com bastante calma. Creio que ele a ajudará.
Quanto às analogias que você usou, vou precisar ser sincera e dizer que fiquei meio confusa, kkk. Meu conselho é que você não se angustie de tentar entender plenamente essas questões de uma vez só. A compreensão vai vir aos poucos, ao longo de sua jornada com Deus. No segundo caso, só destaco um item: o travesseiro continua a ser travesseiro do mesmo jeito, mesmo que esteja longe da cama. Nós, em contrapartida, perdemos a noção de quem somos e deixamos de ter nossa verdadeira identidade quando estamos longe de Deus 😉
Para terminar, essa pergunta sobre Adão acho que existe desde o tempo de… Adão! Seu professor por acaso é criacionista? Se ele é evolucionista, então a pergunta dele não faz nenhum sentido. Afinal, evolucionistas não acreditam que Adão e Eva existiram. Logo, é o mesmo que perguntar se o coelhinho da Páscoa é branco ou cinza. De qualquer modo, como você observou não há motivo biológico para que Adão tivesse umbigo. O mesmo se aplica a Eva. E, em termos espirituais, não faz absolutamente nenhuma diferença.
Que Deus lhe mostre como servi-lo bem esta semana! 🙂
Kisses,
Su