Pergunta:

Oi Su; olha eu aqui de novo.. mais uma vez para “desabafar” pedir um “HELP” sobre o que eu faço em relação a situação que acontece aqui em casa com meu pai.. Como já te contei é muito complicado porque aqui somos somente minha mãe e eu cristãs, já te contei também o quão é difícil conviver com ele. Mas de uns dias pra cá tem ficado cada vez pior, Su, antes ele era meio que do tipo, quando arrumava alguma briga em um dia, ficava uns 2 ou 3 sem brigar, agora não, todos os dias tem confusão, quando não tem de manhã tem a noite, e quando não são nos dois horarios. Ele tem gritado muito aqui em casa que não nos aguenta mais e diz que destruimos a vida dele, Esta com uma mania muito grande também de se fazer de doente, as vezes admito que ele passa mal sim, mas todos nós temos nossos dias que não estamos bem, não é verdade? Mas o que mais me revolta é que ele meio que “pede” para passa mal, por exemplo, se vcê tem problemas como de pressão, e o médico te receitou os medicamentos que tem que tomar diariamente, se você por vontade própria para de tomar aqueles medicamentos, para mim é uma maneira de “pedir para passar mal”, Para as pessoas de fora ele se faz ainda mais de doente e mostra para os outros que aqui em casa não nos importamos com ele, o que não é verdade, Su; muitas vezes nos irritamos sim pelas atitudes que ele tem tomado, mas quando vemos que está passando mal mesmo é claro que ficamos todos preocupados e tentando arrumar uma solução. Ele tem humilhado muito a minha mãe pelo fato de ela não trabalhar e ele sim, esses dias ele arranjou uma confusão enorme aqui em casa porque chegou em casa e na hora queria que ela arrumasse alguma coisa para ele comer, sendo que já estava tudo pronto na geladeira era só ele esquentar, (e ele diz que não sabe colocar a comida na panela e ligar o fogo em baixo, o que automaticamente esquentaria a comida), então ela disse que era para ele esperar um pouco ou então era para ele fazer, e nisso ele começou a gritar e a socar as coisas aqui dizendo que trabalha o dia inteiro e que não pode nem chegar em casa e ter uma mulher que arrume comida para ele. Su, não é um pensamento feminista, mas se ele quer porque não pega e faz? Se não tivesse nada pronto, tudo bem, mas a comida já estava pronta, e se ele diz que não sabe fazer, o que obviamente sabe, não pode esperar alguns minutinhos para que ela faça? Porque tem que ser tudo no momento e da maneira dele? Nosso pastor caminha muito junto conosco desde quando entramos para igreja, o que já deve ter uns 11 anos, e nisso ele faz várias visitas aqui em casa, e na ultima fiquei até envergonhada em ver como ele estava gritando com a minha mãe na frente do pastor, quando ela falava alguma coisa que ele não concordava ele ignorava as outras presenças olhava direto pra ela e começava a gritar, depois cismou que estava passando mal e no momento em que ela estava conversando com o pastor toda hora ele cortava dizendo que era pra ela ir logo pegar o remedio para ele. Tem sido muito difícil a convivência aqui em casa, é verdade que já passamos por muitas coisas, mas sei lá, parece que ultimamente tem juntado tanta “carga” que não tem dado mais para suportar, estamos vivendo muito sobre pressão. Sei que o divórcio não é parte do proposito de Deus, mas você acha que em circunstancias assim também é errado? Não acho também que o Senhor deseja que vivamos sofrendo e pressionados assim… Ultimamente temos ficado até com um certo medo de conviver na mesma casa que ele, ele não nos fere fisicamente, mas as atitudes dele demonstram que se alguma coisa for muito contra a vontade dele, não é impossivel que ele faça, consegue me entender? Por exemplo, outra coisa que tenho medo, outro dia ele gritou aqui em casa que não tem justiça nenhuma que faça ele sair daqui (em caso de divorcio), e que se encherem muito a paciencia dele ele quebra tudo o que tem aqui dentro de casa porque foi ele quem comprou, e então não teremos nada mais. Penso Su, pela maneira como ele tem ficado, que se minha mãe decide ir adiante mesmo com o lance do divorcio e acaba que acontece, a justiça teria que obriga-lo a sair daqui de casa (até aí, ok), mas daí por diante acho que eu tomaria medo de até sair na rua, porque ele não tem mais família aqui, os pais morreram, e os que tem, não concordam com a forma como ele leva a vida, então não dão muito papo a ele, então penso que se acontece uma coisa dessas, ele pode pensar que a vida dele acabou e então começar a nos perseguir, sei lá, acho que que eu ia ficar com medo de ir ao outro quarteirão, e quando minha mãe saisse não ia ficar sossegada até que ela voltasse. (Só para que você entenda melhor, me lembro de uma vez, a vários anos atras, que minha mãe também esgotada, quis começar a procurar uns advogados somente para saber como seria se caso decidisse se separar, e nisso ele ficou meio que nos “perseguindo” no meio da rua, estávamos andando e ele de carro, e em todos os lugares que entravamos ele estava passando com o carro ao lado, ou parando o carro por entre as árvores sabe? Sei que parece até cena daqueles filmes ou novelas mexicanas, mas aconteceu e isso me deixou muito assustada que nunca esqueci), e isso porq ela nem foi tão além de entrar mesmo na justiça, mas e se entrasse? o que aconteceria? como iriamos viver? Tenho medo de acabar caindo até em uma depressão por esse medo, porém da maneira qe está não dá mais para continuar, Oramos por ele a mais de 10 anos já, e nesse tempo já aconteceram muitas coisas, muitos livramos que o Senhor deu a vida dele mesmo, e mesmo assim ele não muda… não sei o que faço, Su, por favor, nos ajude. A.

Resposta da Sú:
Querida A., li todo o seu relato com calma e orei por vocês. Posso apenas imaginar o quanto você e sua mãe estão angustiadas. Deus não está indiferente àquilo que tem acontecido em sua casa todos esses anos, embora seja difícil entendermos por que ele não resolve as coisas logo, e do jeito gostaríamos. Aconteça o que acontecer, não desistam de orar nem de crer no amor e na bondade de Deus, pois ele tem bons propósitos para vocês, por mais insuportável que a situação pareça no momento.
A meu ver, existem mais algumas coisas que vocês precisam fazer, por mais difíceis que sejam:
1 – Procure uma delegacia da mulher em sua cidade ou, se não tiver, uma delegacia comum. Não estou dizendo para vocês denunciarem seu pai, mas sim, para irem a um desses locais e coletarem informações a respeito de como sua mãe e você podem proceder a fim de evitar a continuidade das agressões verbais (que são tão sérias quanto as físicas) e, se for o caso, de como sua mãe pode levar adiante um processo de divórcio com segurança, sem ceder à intimidação dele. É extremamente importante explicar que ele ameaçou quebrar tudo dentro de sua casa. Quer essa seja a intenção real dele ou não, precisa ser levada muito a sério! É possível que o pessoal na delegacia encaminhe vocês para assistentes sociais, psicólogos do Estado ou órgãos específicos para o auxílio a mulheres em condição semelhante à sua. Vocês receberão todas as orientações necessárias para encontrar saídas. Pense nessas pessoas como presentes de Deus para socorrê-las.
2 – Se a família de sua mãe e a família de seu pai não concordam com a atitude dele, sou da opinião de que sua mãe deve pedir ajuda a parentes e amigos para que eles intervenha em favor de vocês. Se o divórcio for adiante, talvez vocês precisem ficar fora de casa por um tempo, só para evitar que a situação se agrave. Eu sei que seu pai nunca agrediu vocês fisicamente, mas a hostilidade dele não é algo “normal” e precisa ser tratada com a mesma seriedade que uma agressão física!
3 – Concordo plenamente que sua mãe pense em divórcio nessas circunstâncias, especialmente depois de tantos anos de tentativas e orações. Embora o divórcio não seja o ideal de Deus, ele existe por causa da dureza do coração humano (veja o que Jesus disse a esse respeito em Mc 10.1-5) e, por vezes, é a alternativa mais prudente. Muitas coisas em nosso mundo ficam aquém do ideal, e precisamos de sabedoria divina para esses casos. Quando existe agressão persistente (seja ela física ou verbal), é hora de pensar em separação, sim.
Eu sei que é assustador, mas sua mãe precisa tomar as medidas cabíveis – e isso incluí pedir ajuda de pessoas (inclusive advogados) que possam proteger e apoiar vocês duas. Eu sei que é difícil compartilhar as questões de família com outros, mas no caso de vocês, é essencial!
Continuem a orar juntas, pedindo forças, coragem e muita sabedoria para formular um plano conforme aquilo que Deus for mostrando, um passo de cada vez.
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Kisses,
Su