Pergunta:

Oi amiga Su! Como você está? Eu estou bem graças a Deus. Não vim semana passada porque fiquei sem internet aqui em casa. Obrigada por todas as explicações que me deu, elas foram muito úteis. Obrigada pela bíblia que indicou, por enquanto não posso tê-la, mas acho quem sabe no futuro. Ah! Eu gostei muito daquela palavra que você escreveu: “miscelâneas”, eu não conhecia o significado kkk. Olha, sobre a conversa anterior guardo uma dúvida: entendi que a mulher ou o homem não estavam em condição regular, mas no caso do homem a situação é bem mais rápida não é? Acontece de noite ele se limpa e pronto, ou não era assim? No caso da mulheres devia ser mais difícil. Bom, minha outra dúvida é sobre chorar. Sou bastante chorona, principalmente quando chamam minha atenção ou quando tento explicar alguma coisa e não me entendem. Deus tem me dado mais humildade para ouvir críticas, mas normalmente ainda sinto vontade de chorar. Não me importo em chorar, eu GOSTO de chorar porque é bom, me alivia. Além disso, AMO CHORAR PARA DEUS porque: 1. Eu não vejo que ele está me encarando, como seria caso fosse um ser humano; 2. Ele me entende de um jeito tão profundo, que jamais chamaria de drama ou se cansaria de mim. Ele sabe que não é tempestade em copo da minha pessoa. Mesmo assim, gostaria de chorar menos, principalmente quando não for um momento oportuno para isso. As vezes está okay em chorar na frente dos amigos, mas dos colegas não por exemplo. Quando alguém critica meu modo de agir (meus pais geralmente) desde criança não consigo evitar que meus olhos encham d’água. Acredito que melhorei um pouco, porque sei que eles querem que eu seja minha melhor versão, mas é difícil mesmo assim. Tento pensar “por que estou querendo chorar” e isso costuma me ajudar um pouco, pois percebo que é uma situação em que posso evitar o mar de lágrimas (acredite, eu tenho muitas kk) Você tem alguma dica para me dar quanto a isso? Um jeito de chorar menos? Outra pergunta: aquela menina pela qual meus sentimentos estavam indefinidos o ano passado está mais próxima. Queremos a mesma faculdade e curso. Assisto uns vídeos legais no YouTube e as vezes penso em enviar para ela, mas não sei. Sinto que estou fortalecendo a “concorrência”. Detesto essa mentalidade. Eu não sou competitiva, mas ela tem sido. Não sei se devo mostrar algo que a ajuda, até porque ela também não está fazendo nada para mim também. Eu não sou assim, tipo: se fulano me der algo, entrego algo em troca também. Normalmente, gosto até de tomar o primeiro passo e ajudar. Meu coração fica incomodado, não sei se compartilho minhas fontes de conhecimento com ela ou não… parece que devo, parece que não devo…Ai, ai. Tipo, eu sei que a vaga que é minha é minha, não quero ficar me comparando mas às vezes acontece. Não quero ficar pensando em concorrência, em eliminar concorrência odeio isso! Mesmo que não exista lugar para todos, para mim deve existir, porque pensar o contrário disso é quase como uma derrota. Dizem que não há lugar para todos, mas talvez haja de algum jeito. Eu acredito nisso. Digo, pode ser em tempos diferentes, em lugares diferentes, mas as pessoas tem sonhos e há diversas maneiras deles se realizarem. Acho que comecei a divagar aqui… Pensar o contrário do que escrevi é tão desesperançoso, mesmo que seja a exata realidade. Outra dúvida: sobre a camisinha, é mais fácil para o homem ou para a mulher colocar? Sempre penso que a ereção pode acabar antes dele conseguir colocar. Mas não sei nada a respeito. Mais uma coisa: quais são as chances de um namoro entre adolescentes durar a ponto de vir um casamento? Outra: gostaria muito que no ano que vem e nos seguintes meu amigo não se tornasse um desconhecido. Já vivi uma história assim uma vez, e costumo ficar com medo de ser “esquecível”, alguém fez parte de uma amizade/paixão adolescente e que agora é nada, porque eu fui isso uma vez para alguém e não quero ser de novo. Não gosto de me abrir para as pessoas e ter um relacionamento superficial, valorizo coisas sólidas. Estava pensando aqui: já faz uns quatro anos e alguns meses que te conheço Su. Obrigada por tudo até hoje! Beijos e abraços!

Resposta da Sú:

Hello, amiga D.! Tudo tranquilo por aqui 🙂

Vamos às perguntas, na ordem que você apresentou:

1 – Sobre a impureza cerimonial, se o homem tinha uma polução noturna, ficava cerimonialmente impuro até a tarde do dia seguinte (Levítico 15 explica direitinho). Se o homem tinha algum tipo de fluxo (decorrente de uma infecção, por exemplo), ficava impuro durante todo o tempo desse fluxo. A mulher menstruada só ficava cerimonialmente impura por sete dias/ aproximadamente o período da menstruação. E todas as regras que valiam para a mulher menstruada também valiam para o homem com fluxo. É legal perceber como Levítico ressalta nossa enorme distância em relação à santidade de Deus. Então, quando Jesus vem, ele faz coisas muito doidas, tipo deixar-se tocar por uma mulher que estava cerimonialmente impura fazia doze anos! Ele a acolhe, a cura e a convida a dar seu testemunho (veja Marcos 5.25 em diante).

2 – Quanto a ser chorona, isso não é demérito, kkk. Meu conselho é que você não se preocupe com essa questão quando estiver em um ambiente de família, amigos, irmãos em Cristo. Agora, na escola e, futuramente, na faculdade/trabalho, uma forma de regular um pouco as emoções é tentar reforçar o lado lógico e objetivo. Se alguém a chamar de lado para fazer uma crítica, por exemplo, pegue papel e lápis e anote o que a pessoa lhe disser. Concentre-se na escrita e, na medida do possível, separe-se da crítica. Anote como se fosse sobre outra pessoa. Então, em casa, sozinha, releia e chore o quanto quiser, rsrs. Outra forma de criar esse distanciamento emocional é mudar o foco para algum objeto, ou para o lugar em que você está. A ideia não é desviar a atenção daquilo que estão lhe falando, mas sim, “ancorar” você em alguma coisa além das emoções. E, o mais importante por último: peça socorro pontual a Deus para que ele a ajude a conter as lágrimas caso ele considere isso importante e necessário. Sei por experiência que ele faz isso por nós.

3 – Quanto a sua colega/concorrente, compartilhe com ela todo o conhecimento, material, ajuda que você tiver ao seu alcance. Seu lugar no mundo está garantido por Deus. Você está 100% segura. Não precisa temer concorrência nenhuma e, portanto, tem liberdade de ajudar aqueles que estão na corrida junto com você. Como tradutora, indiquei vários colegas (“concorrentes”) para editoras às quais presto serviços e nunca fiquei sem trabalho. Pelo contrário, Deus sempre foi generoso ao extremo e tenho certeza de que ele o será com você. Não há testemunho melhor para o mundo do que mostrarmos nossa confiança nos planos de Deus para nós e sermos generosos com outros. Que Deus a ajude nesse exercício de fé!

4 – Sobre a camisinha, como todas as outras coisas da intimidade no casamento, precisa experimentar, conversar, e ver o que funciona melhor para cada casal. Uma das coisas mais divertidas de explorar a sexualidade junto com o marido é ir desenvolvendo aos poucos, no âmbito físico, a intimidade de alma que já deve existir antes do casamento. Embora no início haja constrangimentos, acanhamentos, experiências não muito bem-sucedidas (kkk), etc.,  tudo isso pode ser encarado numa boa, desde que haja diálogo.

5 – Sobre as chances de um namoro adolescente se transformar em casamento, isso vai depender de vários fatores, a começar pela idade. É praticamente impossível um par que começa a namorar com 13 anos ter maturidade para desenvolver um relacionamento sério, que permanecerá firme e forte até os 20 e tantos anos. Por isso namoro não é para adolescente que ainda não tem condições de pensar em casamento. Um par que começa a namorar com 18 ou 19 anos às vezes (nem sempre!) tem maturidade, responsabilidade e perspectiva de desenvolver um compromisso para o resto da vida, mesmo que ele se concretize vários anos depois.  Por exemplo, eu comecei a namorar meu marido (dois anos mais velho que eu) no dia em que completei 19 anos (nós já éramos amigos há mais de um ano), e nos casamos quase sete anos depois, quando entendemos que tínhamos condições, em todas as áreas da vida, de assumir esse compromisso.

6 – Quanto a manter essa amizade, lembre-se, primeiro, de que um relacionamento é feito de duas partes. Vocês dois terão de se esforçar e se dedicar a tocar essa amizade adiante, mesmo quando as circunstâncias mudarem. Não controlamos os sentimentos, as decisões e as prioridades de outros (nem devemos tentar controlá-los ou manipulá-los). Segundo, pode ser boa ideia vocês começarem a conversar sobre isso agora e a planejar como poderão manter o relacionamento em longo prazo. Terceiro, voltamos à questão da confiança nos planos de Deus. Se essa amizade é algo que ele planejou para toda a sua vida (ou para muitos e muitos anos), ele também vai providenciar os meios para que isso aconteça.

Espero não ter deixado nenhuma pergunta de fora, rsrsrs.

De fato, a primeira pergunta sua que tenho registrada aqui é de janeiro de 2015! Viu como Deus encaminha as coisas para que alguns relacionamentos (mesmo a distância) tenham longa vida? 🙂

Que ele renove a cada dia suas forças e sua confiança na graça e bondade dele!

Até a próxima!

 

Kisses,

Su