Hello, L.! Vamos na sequência em que você apresentou as questões. Primeiro, às vezes dizer a verdade pode prejudicar outros (ou você mesma). Isso não significa, porém, que é errado ou que devemos buscar uma alternativa. Precisamos confiar que Deus sabia o que estava fazendo quando nos instruiu a sempre dizer a verdade e que ele controla as consequências. Ademais, é bom lembrar que tudo o que dizemos com a intenção de transmitir à outra pessoa uma ideia equivocada (que a leve propositadamente a pensar algo que não corresponde à realidade) é mentira, mesmo que envolva apenas omissão. Pense, por exemplo, em uma mulher casada que joga charme para cima de outro homem e simplesmente omite que ela tem marido.
Segundo, aplicando o princípio de que devemos sempre obedecer a Deus e de que ele sempre vai encaminhar as consequências conforme a vontade boa e perfeita dele, precisamos exercitar confiança. Se a médica que você descreveu em seu relato fosse uma cristã séria, ela poderia ter raciocinado que, se Deus quisesse poupar a vida dela, ele faria isso mesmo que ela revelasse sua verdadeira identidade. Ou nós acreditamos que Deus tem poder para fazer tudo o que ele quer, ou nós tentamos “dar um jeitinho” para nos livrarmos de perigos e situações difíceis ou inconvenientes (e nossos “jeitinhos” geralmente não são muito honestos, não é mesmo? Rsrs).
Terceiro, quanto a esses exemplos de sua infância, do ponto de vista cristão, havia diversas outras possibilidades honestas que poderiam ter sido levadas em conta. Por exemplo, seus pais poderiam ter conversado com essa vizinha inconveniente e barrado esses convites dela. Ou poderiam ter ajudado você a ser sincera com ela e dizer que você não queria brincar. Ou ainda, poderiam ter ensinado você que, ao longo da vida, muitas vezes temos de conviver com pessoas chatas (e não podemos mentir para fugir delas), mas que podemos buscar ajuda e sabedoria de Deus para aprender a amá-las. Por fim, você mesma poderia ter pedido que lhe mostrasse como recusar esses convites de forma educada, mas verdadeira. Note que eu não estou julgando a situação que você apresentou, pois não sei se você, sua mãe e padrasto conheciam a Deus naquela época. Estou apenas mostrando da perspectiva bíblica quais eram algumas saídas para essa situação que não envolveriam mentira.
Resumindo: quando Deus nos dá uma ordem, ele também nos capacita de forma pontual – que varia de uma situação para outra – a obedecer a essa ordem. Nosso trabalho é confiar nele (em sua bondade, seu cuidado e sua soberania) e fazer o que ele manda. Simples, difícil – mas nunca impossível 🙂
Até a próxima!
Kisses,
Su